Publicada em 02/04/2022 às 09h37
“’Cego’ é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria. E só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores. ‘Surdo’ é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão” – Mário Quintana
Porto Velho, RO – Os negacionistas moram mesmo no País das Maravilhas: e neste universo paralelo em que habitam não há inflação, desemprego, fome e o combustível está baratíssimo. Logo, natural que defendam a pátria fictícia em suas cabeças com unhas e dentes.
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CENAS DA CIDADE: Pessoas recolhendo ossos mostra o desespero de alguns moradores da capital
Porém, no mundo prático, da existência, palpável, empírico, enfim, as coisas se desdobram no polo da desgraça. Em outros estados, como amplamente divulgado pela imprensa nacional, pessoas desesperadas já recorriam às sobras dos açougues e mercados catando ossos para ter o que comer em casa.
A isso se dá o nome de desespero. E o desespero não é polarizado, não tem cor, é apartidário, não quer saber de esquerda, centro ou direita. Essa agonia urge por soluções de quem não resolve nem resolverá nada. Até porque a pauta do momento nas hostes do Poder são as eleições 2022.
A sociedade, como pano de fundo, que espere para nutrir-se de promessas vãs apresentadas nos ciclos eletivos.
E essa gente toda que avança contra a ciência e a verdade de modo geral tenta a todo custo subjugar os fatos. Foi assim durante a pandemia – que ainda não acabou – especialmente quando a vacina veio à tona como forma de resolução.
Sob o pretexto egoísta e hipócrita de preservar a plena liberdade em detrimento à saúde coletiva, brigaram contra as medidas sanitárias, especialmente a máscara, item ao qual denominam como “focinheira”.
E essa insurreição descabida certamente contribuiu com parte da extinção dessas 660 mil vidas extintas pelo Coronavírus (COVID-19/SARS-CoV-2).
Vale tudo para defender os políticos de estimação, inclusive negar veementemente a situação como ela é.
A empatia pela dor alheia tornou-se sentimento em extinção, tudo para defender até as últimas consequências determinado ponto de vista no campo ideológico.
No fim, a tal da evolução progride na função "moon walk", deslizando para trás, rumando de volta ao período mais remoto em direção a comportamentos cada vez mais abjetos e individualistas em homenagem a lemas vazios de campanha.
Ao aceitarmos que pessoas passem fome e recolham ossos a fim de se alimentarem, rebobinamos enquanto humanidade, aceitemos ou não.
É uma derrota para todos os lados do espectro.