Publicada em 01/04/2022 às 10h16
Lembro como se fosse hoje em 2018, quando terminou a eleição, os conservadores sonhavam. Afinal, Bolsonaro levou com ele ao Congresso um time de deputados federais e senadores em larga escala. Iniciava o processo de mudança no Brasil.
Porém, não demorou para as cobras saírem das tocas. Era traição por cima de traição, gente que jamais foi conservador; muitos, mas muitos mesmos, aproveitadores da dita onda que conseguiram surfar e vencer.
Foi difícil para Bolsonaro. Foi difícil para o eleitorado traído. Foi difícil para o Brasil.
O tempo passou, chegamos em 2022. Ufa! É chegado a hora de concertar os equívocos de 2018 e eleger conservadores para nova bancada do Congresso. É esse o anseio dos brasileiros. Mas senta aí que vou te narrar um conto.
Rondônia é o maior estado bolsonarista do país. Aqui, não existe dúvida que Bolsonaro é preferido. Para se ter ideia, o governo atual, Marcos Rocha, é considerado amigo de Bolsonaro e quem vai concorrer com ele ao governo é Marcos Rogério, o senador destaque da CPI do Covid. Pelas contas os dois bolsonaristas irão para o segundo turno.
Ou seja, num estado desse é difícil eleger um cabra da esquerda, né? Não se engane, a coisa tá tensa.
A onda Bolsonaro em Rondônia ainda levanta surfista e alguns esquerdistas estão com a carteirinha escondida.
Só pra você ter idéia da real, veja a nova que circula entremeio bolsonaristas. No ato de filiação do PL em Brasília quem esteve presente foi a deputada Federal Mariana Carvalho, que votou a favor da manutenção da prisão do deputado Daniel Silveira na época. Desde que me entendo por gente a mulher sempre defendeu aquelas velhas pautas complicadas da esquerda. Talvez ainda seja filiada ao PSDB, partido por onde galgou a vida inteira em conjunto com a família. O irmão dela é vice prefeito pelo PSDB na capital Porto Velho.
Todavia, por algum lapso, de repente Mariana mudou.
Lembra no auge da pandemia, Dória apelidando bolsonaristas de “bolsominios”, “gado”, “extremistas”? Pois é, ela tinha lado. Mas, agora que a coisa voltou ao lugar, a moça sabe que, quem está ao lado do Dória em Rondônia não rende. Se vestiu de verde-amarelo e pretende ser a candidata ao senado de Bolsonaro no Estado. Bom, no projeto do Marcos Rocha ela já entrou, mas parece que a mulher quer mais e tá tentando ser candidata pelo PL de Marcos Rogério.
Ela quer a foto ao lado de Bolsonaro na campanha.
Tal ato revoltou bolsonaristas em todo estado e áudios circularam em grupos de WhatsApp reprovando. Mas, como dizia minha mãe: se fosse somente ela, nem problema era. Sim, uma turma dos que chamaram bolsonaristas pelos apelidos colocados pelo Doria estão na lista estratégica e sem nenhum pudor serão candidatos com discurso conservador e podem vencer.
Pois é, caminhar numa estrada perigosa que a tempo se conhece não parece prudente. Em 2018 a justificativa pelos erros foram plausíveis, mas agora é complicado.
Se na Rondônia bolsonarista a coisa tá nesse peso, imagina irmão, em outros estados. Pelo visto, uma nova levada de oportunistas terão êxito.
O que fazer?
O autor é advogado, bacharel em Teologia, graduado em Docência Superior pela Uninter