Publicada em 18/04/2022 às 15h11
Ajustiça egípcia diminuiu esta segunda-feira para três anos a pena de prisão de Haneen Hossam, uma influencer que foi condenada por "tráfico de seres humanos", avança a AFP.
Haneen foi presa em 2020 sob alegações de promover a prostituição, ao explicar às seguidoras da aplicação TikTok como é possível ganhar dinheiro nas redes sociais.
A acusação argumentou que Haneen “incitou tacitamente a imoralidade, tentação e prostituição por meio de conversas de vídeo e novas amizades, com intuito de obter ganhos financeiros”.
A influencer foi inicialmente condenada a dez anos de prisão por “tráfico humano”.
À data, a diretora executiva do Centro de Mulheres para Conscientização e Orientação Legal comentou o caso: “A sentença é severa e exagerada. Este veredito restringe o direito à liberdade de opinião e expressão e busca controlar o corpo das mulheres e suas ações”.
Haneen tornou-se uma das mulheres conhecidas como “meninas do TikTok”, encarceradas pelo regime do presidente Abdel Fattah el-Sisi sob acusações vagas, como “promover a imoralidade” e “instigar a devassidão”.
Uma das mulheres, Manar Samy, foi acusada após postar um vídeo a dançar numa praia, completamente vestida. Foi interrogada por “violar os valores familiares”.
Diversas organizações reivindicaram o fim dos julgamentos arbitrários promovidos pelo governo egípcio, arquivamento dos casos e libertação destas jovens.
Em 2018, o regime egípcio propôs uma nova legislação para “regulamentar” as redes sociais, incluindo considerar qualquer conta ou blog com mais de cinco mil seguidores na mesma escala que jornais e emissoras de televisão.