Publicada em 21/04/2022 às 09h43
Porto Velho, RO – O que representa na prática a rejeição quase unânime do nome apresentado pelo governador de Rondônia ao Tribunal de Contas do Estado (TCE/RO)?
Ao rechaçar com 21 votos o auditor fiscal Jailson Viana de Almeida, impedindo que este assuma a cadeira de conselheiro, a Assembleia Legislativa (ALE/RO) lança um sinal que soa como o término abrupto da política de boa vizinhança entre os Poderes.
É possível maquiar de tudo quanto é jeito, mas a realidade é uma só: foi de fato derrota antológica experenciada de maneira inédita pelo chefe do Executivo, Coronel Marcos Rocha, da União Brasil.
Histórica, inclusive. Sem qualquer precedente.
As conversas de bastidores são bastante reveladoras no sentido de nortear as causas que levaram os legisladores a repelir de maneira tão veemente a indicação.
Entretanto, os motivos não são o cerne desta opinião; os reflexos da ação coletiva patrocinada pela Casa de Leis, sim.
A ruptura institucional deve ecoar principalmente nas eleições de 2022: para afrontar de maneira tão acintosa o mandatário do Palácio Rio Madeira, impondo o vergonhoso revés, certamente a grande maioria entre membros do Legislativo não vê Rocha com possibilidades de se reeleger.
Isto, a despeito de o regente da máquina pública, via de regra, sair em vantagem quando o assunto é pleito.
A harmonia foi abalroada.
Agora, Marcos Rocha precisa correr atrás do elo se quiser emplacar qualquer outro nome, que, por sua vez, terá de passar pelo crivo da ALE de novo.
Neste interim, ou os Poderes se acertam ou irão se distanciar de vez, com impactos em todas as relações.
Quem acaba ganhando com essa notícia são seus adversários, claro, que terão munição para questionar, inclusive nos debates, a desenvoltura de Rocha no campo das relações institucionais.
O baque foi pesado. Real. Com poder de mexer com o governador, óbvio, mas ele detém as ferramentas para se manter no jogo caso queira.