Publicada em 11/04/2022 às 14h54
Dezenas de afegãos protestaram nesta segunda-feira (11) aos gritos de "morte ao Irã" em frente ao consulado de Teerã na cidade de Herat, depois da publicação de vídeos do que supostamente seriam civis e guardas de fronteira iranianos espancando refugiados afegãos.
A autenticidade dos vídeos não pôde ser verificada de forma independente e não há indicações de onde foram feitos.
"Morte ao Irã! O Irã é um Estado assassino!" gritavam os manifestantes do lado de fora do consulado em Herat, de acordo com um correspondente da AFP no local.
Uma bandeira iraniana também foi queimada e uma câmera de segurança no centro diplomático iraniano foi quebrada.
"Onde estão as organizações de direitos humanos? Estão batendo em nosso povo (...) mas ninguém levanta a voz", disse Shakib, um dos presentes em Herat.
O Irã, onde vivem mais de 5 milhões de afegãos, tornou-se um país de refúgio para os afegãos desde que o Talibã chegou ao poder em agosto passado.
Horas após esta manifestação, o Ministério das Relações Exteriores do Irã publicou um comunicado em seu site pedindo às autoridades talibãs que forneçam "as garantias necessárias para a segurança das missões" no Afeganistão.
A embaixada iraniana na capital, Cabul, chamou os vídeos de "infundados e inválidos" visando prejudicar as relações históricas entre os dois países.
Também lembrou que as forças de fronteira iranianas tinham autoridade para impedir que qualquer estrangeiro entrasse ilegalmente no país.
Desde o retorno do Talibã ao poder, o Afeganistão afundou ainda mais em dificuldades econômicas.
Milhares de pessoas tentam todos os dias atravessar para o vizinho Irã em busca de trabalho ou seguindo a rota para a Europa.
O Irã, que compartilha uma fronteira de 900 quilômetros com o Afeganistão, até agora não reconheceu o governo talibã.