Publicada em 14/04/2022 às 14h04
A Rússia voltou a fazer ameaças nesta quinta-feira (14) para evitar uma cada vez mais provável adesão de Finlândia e Suécia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Segundo o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Alexander Grushko, a eventual entrada dos dois países na aliança atlântica "mudaria radicalmente a situação político-militar". "A Rússia tomará as necessárias medidas de segurança defensivas, com as consequências mais indesejáveis", alertou.
Já o vice-presidente do Conselho de Segurança do país, Dmitri Medvedev, insinuou que Moscou deslocaria armas nucleares para o Mar Báltico. "Se Finlândia e Suécia se unirem à Otan, podem esquecer a ideia do Báltico desnuclearizado", disse.
O governo da Lituânia, no entanto, minimizou a ameaça. "Sabemos que já antes da guerra na Ucrânia os russos tinham armas a 100 quilômetros da fronteira com a Lituânia. Sempre houve armas nucleares em Kaliningrado [exclave russo entre Polônia e Lituânia, na costa do Mar Báltico]", disse a premiê Ingrida Simonyte.
Membros da União Europeia, Finlândia e Suécia nunca se interessaram em aderir à Otan, mas podem mudar de ideia em função da invasão russa à Ucrânia, que também não faz parte da aliança ocidental. As primeiras-ministras dos dois países nórdicos, Sanna Marin e Magdalena Andersson, já se reuniram na última quarta (13) para discutir um possível abandono do status de neutralidade.
Se isso acontecer, a extensão da fronteira terrestre entre Otan e Rússia vai mais do que dobrar. "Naturalmente, será necessário reforçar essas fronteiras", alertou Medvedev.