Publicada em 28/04/2022 às 08h33
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, quer estabelecer um corredor humanitário para a retirada de civis da fábrica de Azovstal, em Mariupol. Antes de reunir com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, Guterres passa por Borodyanka, cidade a cerca de 40 quilómetros de Kiev.
Antes do encontro o secretário disse que fica imaginando suas "netas a fugir em pânico, com parte da família talvez morta".
"A guerra é um absurdo no século 21", afirmou Guterres. "Vejo essas situações e o coração está com as vítimas", completou.
Numa das cidades mais devastadas pela ofensiva russa - Bucha -, António Guterres destacou a necessidade de avançar com "investigação exaustiva e responsabilização".
"Vejo que o Tribunal Criminal Internacional (TCI) analisa a situação. Apoio totalmente o TCI e apelo à Federação Russa para que aceite cooperar com o tribunaI", observou Guterres durante visita a Bucha, próximo a Kiev.
O secretário-geral da ONU defendeu a necessidade de investigação de crimes de guerra, destacando que o maior crime é mesmo "a guerra em si".
António Guterres está desde quarta-feira em Kiev, na primeira visita à Ucrânia desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro.
No 64º dia da guerra no território ucraniano, e após passagem por Moscou na terça-feira (26), ele passa por Borodianka, Irpin e Bucha, localidades da região de Kiev, onde têm sido descobertos cenários de abusos e devastação após a retirada das forças russas e onde estão sendo investigados potenciais crimes de guerra.