Publicada em 02/04/2022 às 09h31
As forças israelenses mataram neste sábado três integrantes do movimento palestino Jihad Islâmica durante uma operação na Cisjordânia, em um contexto de escalada da violência nos últimos dias em Israel e nos Territórios Palestinos ocupados.
A operação do exército, na qual quatro soldados ficaram feridos, aconteceu no primeiro dia do Ramadã, mês de jejum muçulmano, no norte da Cisjordânia ocupada.
"As forças israelenses interceptaram uma célula terrorista que pretendia executar um ataque e tentaram parar o veículo no qual viajavam três palestinos entre Jenin e Tulkarem", afirmou a polícia israelense em um comunicado.
Os palestinos abriram fogo e os militares israelenses responderam.
O movimento armado Jihad Islâmica, com base no território palestino de Gaza - que está sob bloqueio israelense -, confirmou as mortes de três combatentes.
"Lamentamos as mortes de nossos três heróis combatentes", declarou o braço armado da Jihad Islâmica. O grupo informou que dois eram de Jenin e outro de Tulkarem, território ocupado pelo exército israelense desde 1967.
"A política de assassinato executada pelo inimigo na Cisjordânia e Jerusalém ocupadas não representará a suposta segurança", afirmou o movimento palestino, que governa Gaza
Nos últimos dias, a violência aumentou em Israel e na Cisjordânia.
As forças israelenses mataram na sexta-feira um palestino de 29 anos na cidade de Hebron (Cisjordânia), durante uma manifestação contra a colonização israelense nos Territórios Palestinos.
O exército israelense afirmou que o "suspeito jogou um coquetel molotov" contra os soldados, que responderam com tiros.
No mesmo dia, o Crescente Vermelho informou que atendeu 70 palestinos feridos em confrontos com o exército israelense na região de Nablus, norte da Cisjordânia.
Na quinta-feira, dois palestinos morreram durante uma operação do exército israelense em Jenin que pretendia deter "suspeitos" vinculados a um ataque anti-israelense executado perto de Tel Aviv por um palestino e que deixou cinco mortos. O agressor foi morto.
As forças israelenses mataram na quinta-feira outro palestino que havia esfaqueado uma passageiro em um ônibus na Cisjordânia.
Desde 22 de março, 11 pessoas morreram em ataques anti-israelenses, alguns deles executados por homens vinculados ao grupo extremista Estado Islâmico (EI).
O exército israelense mobilizou reforços desde então na Cisjordânia e aumentou o número de detenções, em particular de integrantes da família do agressor palestino de Tel Aviv.
"Continuaremos atuando por todos os meios possíveis para deter os ataques. É nossa missão", declarou na sexta-feira o comandante do Estado-Maior israelense, Aviv Kohavi, durante uma deslocamento à Cisjordânia.
No mesmo território, onde se reuniu na sexta-feira com vários comandantes militares, o ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, declarou que as forças do país prosseguirão com as "detenções e operações de defesa e ataque".
"Vamos pegar aqueles que tentam prejudicar os cidadãos de Israel", acrescentou.
A Cisjordânia, ocupada por Israel desde a Guerra do Seis Dias de 1967, tem 475.000 colonos judeus que moram em comunidades consideradas ilegais pelo direito internacional.