Publicada em 03/05/2022 às 08h47
A Rússia acusou nesta terça-feira (3) Israel de "apoiar o regime neonazista de Kiev", aumentando a polêmica provada pela afirmação do chefe da diplomacia russa de que Adolf Hitler poderia ter "sangue judeu".
"Prestamos atenção nas declarações anti-históricas do ministro das Relações Exteriores (israelense), Yair Lapid, que explicam amplamente a decisão do atual governo de apoiar o regime neonazista de Kiev", afirmou o Ministério das Relações Exteriores russo em um comunicado. "Infelizmente, a história conhece exemplos trágicos de cooperação entre judeus e nazistas".
O ministro israelense classificou na segunda-feira (2) de "escandalosos, imperdoáveis e um horrível erro histórico" os comentários feitos no domingo (1ª) pelo chanceler russo Serguei Lavrov.
Lavrov afirmou em uma entrevista a um canal de televisão italiano que o ditador alemão Adolf Hitler tinha origens judaicas. A declaração causou revolta no governo de Israel, que convocou o embaixador russo no país para pedir esclarecimentos e exigiu pedido formal de desculpas.
Nesta terça-feira (3), a diplomacia russa repetiu os argumentos, alegando que "a origem judaica do presidente (Zelensky) não é garantia de proteção contra o neonazismo desenfreado no país".
A Rússia repetiu diversas vezes que deseja "desmilitarizar" e "desnazificar" a Ucrânia, uma ex-república soviética governada por um Executivo pró-Ocidente, justificando assim a ofensiva iniciada em 24 de fevereiro contra o país.
O governo russo também acusa Israel de "ignorar a epidemia de destruição e profanação de monumentos aos verdadeiros justos do mundo: os soldados do Exército Vermelho que pararam o Holocausto e salvaram o mundo judaico".