Publicada em 06/05/2022 às 11h47
Porto Velho, RO – O advogado Samuel Costa Menezes, que defende o jornalista João Paulo Prudêncio no caso do feminicídio de Monalisa Gomes da Mata, de 24 anos, morta no final do ano passado, conversou com o Rondônia Dinâmcia na manhã desta sexta-feira (06).
O causídico apresentou sua visão a respeito das provas colhidas e apresentadas até agora e garante que seu cliente é inocente. À redação contou como presidiários supostamente ouviram da própria boca de Thiago da Cunha Alves, o Cidão, ex-companheiro de Monalisa, a confissão de autoria exclusiva no crime.
Esses presos se colocaram, espontaneamente, à disposição da Justiça para referendar a inocência do comunicador.
Para Menezes, independetemente do desfecho, o profississional, de certa forma, "morreu" junto com a vítima.
Na segunda quinzena de março, o Rondônia Dinâmica abordou o assunto.
Samuel Costa Menezes, advogado de de João Paulo Prudêncio:
"Que o Juízo criminal possa agir de bom senso, com razoabilidade, se atendo aos fatos. E que não se apequene. O apego tem de ser à tecnicidade.
Está mais do que nítido e notório: não há nada que paire de nagativo sobre a conduta do jornalsita João Paulo Prudêncio.
O único problema dele tem relação com saúde pública, que é o uso indiscriminado de substâncias entorpecentes, enfim, à dependência química.
O lugar mais adequado à qual ele deveria estar é numa clínica de reabilitação, cuidando do seu psicológico.
Porque ele é tão vítima quanto a jovem monalisa. A diferença é que a Monalisa teve a sua vida ceifada e as evidências ficam a cada dia, à luz do direito e da perícia, apontando para o outro acusado, o seu ex-companheiro Thiago Alves. E ele lamentavelmente tem um histórico de agressão.
A perícia deixa claro que o cenário de suposto suicídio da vítima tratou-se de armação, e está tudo disponibilizado nos veículos de comunicação.
Apenados da unidade onde ambos estão presos se prontificaram a relatar ao Juízo a confissão de Thiago, no sentido de, entre eles, ter relatado a sua participação exclusiva no fato consumado.
Esses presos viram e ouviram o Thiago confessando o crime de feminicídio. E neste sentido fica mais do que evidente que o João Paulo Prudêncio precisa, sim, ser responsabilizado, mas não pela extinção da vida de um ser humano. Ele tem de responder pelo sofrimento da sua família em decorrência do uso de drogas.
Porque o jornalista é responsável, sim, aos prejuízos causados à sua família, à sua mãe, especialmente, ao longo de décadas.
E esse vício resultou no desfecho lamentável: pois, para consumir entorpecentes, ele estava no lugar errado, na hora errada, na companhia errada.
E por conta do uso, ele não teve a percepção de que o cenário fora montado pelo acusado, que, até ali, imaginava ser um amigo.
Ele não detinha as plenas faculdades mentais para analisar a conjuntura do contexto ao qual estava inserido. O Thiago armou para ele.
E o Thiago insiste com a defesa dele nesse devaneio reiterado de querer induzir o Júri, eventual Tribunal do Júri, a crer que houve suicídio.
E ela não se suicidou. Nós como defesa do João Paulo Prudêncio temos a mais absoluta certeza, plena convição, de que a monalisa foi vítima sim de feminicídio.
E o que a gente quer é que o verdadeiro culpado seja responsabilizado. E isso ficará evidenciado sim, se não for na audiência de pronúncia, caso haja a pronúncia do João Paulo a gente tem e plena convicção de que ele será absolvido.
Há muito nexo em tudo o que foi relatado pelos apenados que presenciaram a confissão do Thiago Alves, inclusive no sentido de pedir a ele que exponha a verdade também na frente das autoridades.
O juiz ouviu tudo, mas ainda não se manifestou nos autos. A segunda fase da audiência deve ser marcada para os próximos dias a fim de que se ouçam novas.
O único erro do comunicador foi, além da hora errada, lugar errado, companhia errada, estar sob efeito de entorpecentes. Isso retirou sua capacidade de raciocinar sobre a arapuca montada pelo seu amigo entre aspas.
A própria delegada Leisaloma Carvalho, que acompanhou o caso, e o Ministério Público (MP/RO), demonstram estar convictos da não-participação do João Paulo Prudêncio nesse crime bárbaro que ocorreu em dezembro de 2021",
Estamos convictos da absolvição do João Paulo, seja pela não-pronúncia; ou, em caso de pronúncia, no próprio Tribunal do Júri.
Lá ficará cristalino a todos e a todas. O João Paulo, reitero, é tão vítima quanto a Monalisa. Ambos morreram porque cercear a liberdade de um indivíduo inocente é a mesma pena que perder a vida. Porque você matou os sonhos da pessoa e de seus familiares.
O espaço está aberto à eventual defesa de Thiago Alves, à Polícia CIvil (PC/RO) e o Ministério Público (MP/RO).