
Publicada em 02/05/2022 às 08h51
O serviço secreto da Espanha detectou que o celular do primeiro-ministro do país, Pedro Sánchez, e da ministra da Defesa, Margarita Robles, foram infectados com o software israelense de espionagem Pegasus.
Segundo o governo, o celular de Sánchez foi infectado em maio do ano passado, e ao menos um vazamento de dados ocorreu desde então. As autoridades não disseram se consideram algum grupo suspeito da espionagem.
Em abril, o governo espanhol foi acusado pelo movimento separatista da Catalunha, uma das regiões do país, de ter espionado celulares de líderes do movimento com o mesmo software, que só pode ser adquirido por Estados ou governos. Madri negou.
"As intervenções foram ilícitas e externas, o que quer dizer que foram feitas por grupos não oficiais e sem autorização", afirmou o ministro da Presiência, Felix Bolanos.
A Audiencia Nacional, a instância mais alta da justiça espanhola, vai investigar o caso.
Pressão dos separatistas
O anúncio ocorre em meio à pressão para que o governo socialista da Espanha explique o vazamento de dados de celulares de cerca de 60 pessoas ligadas ao movimento separatista da Catalunha, região no nordeste da Espanha onde parte da população apoia a independência do Estado espanhol.
Após a acusação feita pelos separatistas, um dos principais aliados de Pedro Sánchez no Parlamento, o partido de esquerda separatista catalão ERC anunciou que deixaria de apoiar o governo até que Madri tomasse medidas sobre a investigação.
A União Europeia vem debatendo o banimento do software israelense Pegasus, com o argumento de que governos estão fazendo uso abusivo do programa para espiar ativistas, jornalistas e políticos.
