Publicada em 13/05/2022 às 16h06
Durante dois dias, na Argentina, mais de 100 mil pessoas protestaram sob o lema "Por trabalho e por salário, contra a fome e contra a pobreza" e culminaram, na quinta-feira (12), na Praça de Maio, em Buenos Aires. A tensão social provocada pela inflação é a maior dos últimos 14 anos e, apesar do anúncio de um auxílio do governo que deve beneficiar 13,6 milhões de trabalhadores informais e aposentados, a maioria da população acha que a situação não vai mudar.
O Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (INDEC) da Argentina informou que a inflação de abril foi de 6%, acumulando 23,1% nos quatro primeiros meses do ano e 58% nos últimos 12 meses, a maior taxa desde janeiro de 1992, quando o país saía da hiperinflação.
Com o aumento da inflação, aceleraram-se os protestos em todo o país, conforme registra a consultoria Diagnóstico Político que projeta o ano de 2022 como o de maior conflito social.
"Nos primeiros quatro meses do ano, foram mais de 2.500 protestos com bloqueios de avenidas e estradas em todo o país. Tudo indica que 2022 será o ano com mais bloqueios desde 2009, quando começamos a monitorar os protestos. É o começo de ano mais tenso dos últimos 14 anos", diz Patricio Giusto, analista político, diretor da consultoria Diagnóstico Político.
"Há uma correlação direta da disparada da inflação e da queda de popularidade do governo com o aumento de protestos", afirma.