Publicada em 18/05/2022 às 09h32
O dirigente norte-coreano Kim Jong Un afirmou que a negligência e preguiça dos funcionários públicos agravaram o surto de covid-19 no país, informou a imprensa oficial nesta quarta-feira, quando o total de casos superou a marca de 1,7 milhão.
O país anunciou na semana passada o primeiro caso de cororonavírus e o surto provocado pela variante ômicron não para de crescer, depois de dois anos de bloqueio que deixaram a Coreia do Norte à margem da pandemia.
Ao presidir uma reunião do Politburo, Kim denunciou a "imaturidade na capacidade estatal para enfrentar a crise" e criticou a "atitude negativa, negligência e falta de atividade dos principais funcionários do Estado", informou a agência oficial KCNA.
A Coreia do Norte registrou 232.880 novos casos de "febre" até a noite de terça-feira, para um total de 1,72 milhão de contágios e 62 mortes, de acordo com a mesma agência.
A imprensa estatal não informa quantos casos e mortes estão relacionados com o coronavírus, mas analistas destacam que o país teria dificuldades para organizar testes em larga escala.
Na reunião de terça-feira, Kim prometeu "despertar todo o partido como um vulcão ativo" para conter o vírus.
O dirigente norte-coreano assumiu o comando da resposta nacional à epidemia e afirmou que o surto provoca uma "grande convulsão em todo o país".
Medicamentos doados pela família Kim foram distribuídos na província de Hwanghae do Sul, informou a imprensa, em uma tentativa de ressaltar o papel do chefe de Estado na luta contra a doença.
Quase 3.000 médicos militares participam em um "sistema de serviço de 24 horas para entregar os medicamentos", afirmou a imprensa oficial.
A Coreia do Norte tem um dos piores sistemas de saúde, com hospitais mal equipados, poucas unidades de terapia intensiva e ausência de remédios contra a covid ou capacidade de testes, segundo especialistas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) está "profundamente preocupada com o risco de uma grande propagação da covid-19 no país, em particular porque a população não está vacinada e muitas pessoas têm comorbidades, que as expõem a doenças graves e à morte", declarou o diretor geral da agência, Tedros Adhanom Ghebreyesus.