Publicada em 24/05/2022 às 09h45
Porto Velho, RO – Antes de Marcos Rogério fazer um grande evento em Ji-Paraná para lançar sua pré-candidatura ao Governo de Rondônia ele já havia passado por um emissora de rádio deixando clara sua principal ferramenta para disputar as eleições: a beligerância sem ressonância.
Em suma, partir para o ataque deliberado sem necessariamente ter arrimo para sustentá-lo.
Habituado a falar a esmo – sem apresentar provas –, desandou a criticar a gestão do desafeto Coronel Marcos Rocha, do União Brasil, incluindo acusações graves. Acusações estas que não atingem apenas o mandatário-mor do Palácio Rio Madeira, mas também, por tabelas, a todos os 52 prefeitos.
Ele alega, basicamente, que Rocha segurou recursos que deveriam ter sido investidos administrativamente para fazer distribuição obtusa aos municípios em ano de eleição. Declaração grave, porém inócua. Como ele mesmo diz: narrativas.
Fosse um político verdadeiramente sério e comprometido, sairia do campo do papo furado e reuniria o mínimo de arcabouço probatório para encaminhar uma denúncia formal aos órgãos de fiscalização e controle a fim de obter, adiante, a devida condenação.
Enfim, de novo, narrativas. E pior: vazias.
E como o mundo dá voltas, seu último vídeo veiculado nas redes sociais destoa ao homem público que diz ser. Marcos Rogério entrou no modo de defesa para alegar que forças anônimas, não citadas, estariam formando um bonde para desancá-lo.
Na veiculação, reúne várias manchetes de jornais relembrando episódios em que fora mencionado de maneira negativa.
A despeito disso, perdeu a oportunidade de explicá-los, levando aos portenciais eleitores, caso concretize sua postulação, seriedade quanto a característica de transparência tão autoproclamada.
Em vez disso, atacou a imprensa – nacional e também do estado em que quer ser governador, ignorando o fato de que qualquer pessoa pública, independentemente de seu filão, deve ser questionada, criticada, se for o caso; elogiada, idem; resumindo, debulhada.
Isto, para que os cidadãos tenham acesso integral a quem são de fato seus representantes e não apenas ao que dizem ser. Vale para Marcos Rogério e se estende a seus pares.
As declarações do parlamentar, lado outro, recaem sobre retumbante ironia: no fim das contas, provou do próprio veneno, mas, diferente de seu adversário – que não reclamou publicamente das suas investidas –, Marcos Rogério gravou até mensagem para choramingar.
E aí impera a contradição. Se a logística que escolheu é guerrear, ainda que retoricamente, é preciso ter couraça dura para bater de frente; caso contrário a fraqueza é exposta, e, daí para frente, é só vantagem para os outros concorrentes.