Publicada em 18/05/2022 às 14h58
Motivadas pela invasão russa na Ucrânia, Finlândia e Suécia apresentaram na manhã desta quarta-feira (18/05) um pedido conjunto formal de adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). No entanto, horas depois da solicitação, a Turquia barrou o início negociações, conforme informou uma fonte diplomática à correspondente da DW em Bruxelas, Teri Schultz, sob condição de anonimato.
O ingresso de novos membros só é possível com a aprovação unânime dos estados que já fazem parte da Otan, o que é o caso da Turquia desde 1952. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, já havia indicado a provável resistência de seu governo.
Todos os outros estados-membros da Otan estariam prontos para apoiar a adesão de Finlândia e Suécia à aliança. A Turquia, no entanto, se opôs ao fazer exigências e também devido a divergências com os dois países nórdicos.
Fontes diplomáticas que conversaram com a DW disseram que era claro que o impasse não seria resolvida diretamente por embaixadores da Otan, isto é, um nível mais alto de oficiais terá de chegar a um acordo.
Negociações entre Finlândia, Suécia e Turquia são esperadas para que se chegue a um consenso. A esperança dos países aliados, conforme os diplomatas, é de que Helsinque e Estocolmo obtenham o chamado status de convidados da Otan até a cúpula de Madri, que ocorrerá no final de junho.
O status de convidado permite que representantes desses países – no caso, Finlândia e Suécia – participem como observadores nas reuniões da Otan.
Por que a Turquia é contra
Na segunda-feira, Erdogan já havia afirmado que iria se opor à candidatura dos países nórdicos por considerar que eles não apresentam uma posição clara contra organizações que a Turquia considera terroristas.
Motivadas pela invasão russa na Ucrânia, Finlândia e Suécia apresentaram na manhã desta quarta-feira (18/05) um pedido formal de adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). No entanto, horas depois da solicitação, a Turquia barrou as negociações, conforme informou uma fonte diplomática à correspondente da DW em Bruxelas, Teri Schultz, sob condição de anonimato.
O ingresso de novos membros só é possível com a aprovação unânime dos estados que já fazem parte da Otan, o que é o caso da Turquia desde 1952. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, já havia indicado a provável resistência de seu governo.
Todos os outros estados-membros da Otan estariam prontos para apoiar a adesão de Finlândia e Suécia à aliança. A Turquia, no entanto, se opôs ao fazer exigências e também devido a divergências com os dois países nórdicos.
Fontes diplomáticas que conversaram com a DW disseram que era claro que o impasse não seria resolvida diretamente por embaixadores da Otan, isto é, um nível mais alto de oficiais terá de chegar a um acordo.
Negociações entre Finlândia, Suécia e Turquia são esperadas para que se chegue a um consenso. A esperança dos países aliados, conforme os diplomatas, é de que Helsinque e Estocolmo obtenham o chamado status de convidados da Otan até a cúpula de Madri, que ocorrerá no final de junho.
O status de convidado permite que representantes desses países – no caso, Finlândia e Suécia – participem como observadores nas reuniões da Otan.
Por que a Turquia é contra
Na segunda-feira, Erdogan já havia afirmado que iria se opor à candidatura dos países nórdicos por considerar que eles não apresentam uma posição clara contra grupos que a Turquia considera terroristas.
A Turquia acusa ambos os países de abrigarem grupos terroristas, incluindo militantes curdos considerados ilegais por Ancara. Nos últimos cinco anos, a Suécia e a Finlândia negaram 33 pedidos de extradição feitos pela Turquia, segundo informaram fontes do Ministério da Justiça turca à agência oficial de notícias Anadolu.
A agência informou que a Turquia quer a extradição de indivíduos acusados de terem ligações com separatistas curdos ou pertencentes ao movimento liderado por Fethullah Gülen, responsabilizado por Erdogan por uma tentativa de golpe de Estado em 2016.
A Turquia repreendeu a Suécia em particular por tratar de forma definida por Ancara como leniente o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que tem conduzido uma insurgência violenta contra o Estado turco desde 1984. A Suécia também suspendeu as vendas de armas à Turquia em 2019 por causa da operação militar de Ancara na Síria.
Analistas especulam que Erdogan não teria a intenção efetiva de barrar a Finlândia e a Suécia, mas que seu plano seria arrancar concessões desses dois países em troca do seu aval. A opinião também é compartilhada por diplomatas ocidentais.
"Estou confiante de que seremos capazes de abordar as preocupações que a Turquia expressou de uma maneira que não atrase a adesão", disse o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, no domingo.
Nesta quarta-feira, Erdogan repetiu suas queixas dizendo que "não podemos dizer sim" à adesão de Finlândia e Suécia à Otan até que esses países devolvam "terroristas" à Turquia.
Apesar da resistência de Ancara, os outros membros da aliança permanecem otimistas quanto à possibilidade de superar as objeções turcas. A intenção é completar o processo em seis meses, em vez dos 12 meses habituais.