Publicada em 27/06/2022 às 15h12
O governo espanhol agradeceu nesta segunda-feira (27) "a colaboração" de Marrocos na "defesa" de suas fronteiras, após a morte de 23 migrantes que tentavam entrar em Melilla na sexta-feira.
Madri "lamenta a perda de vidas humanas", afirmou a porta-voz do governo Isabel Rodríguez, que responsabilizou as "máfias internacionais que traficam seres humanos", seguindo a mensagem enviada no sábado pelo presidente do Governo, o socialista Pedro Sánchez.
Segundo as autoridades marroquinas, cerca de 2.000 pessoas tentavam entrar no enclave espanhol no norte da África.
O incidente de sexta-feira registrou o maior número de mortes das frequentes tentativas de migração para Melilla e outro enclave espanhol, Ceuta, as únicas fronteiras terrestres da União Europeia com a África.
Migrantes entrevistados pela AFP em Melilla denunciaram golpes das forças de segurança marroquinas e também das espanholas assim que ultrapassaram o cercado que protege Melilla.
Já as autoridades de ambos países relataram uma incomum "violência" por parte dos migrantes.
Desde sexta-feira, o número de vozes pedindo uma investigação das mortes aumentou. A lista inclui a União Africana, a Associação Marroquina de Direitos Humanos e a ONG espanhola Caminando Fronteras.
O provedor de justiça espanhol anunciou que admitiu uma queixa de várias ONGs sobre "os trágicos acontecimentos", para a qual enviou "pedidos de informação aos órgãos administrativos competentes".