Publicada em 15/06/2022 às 09h09
Porto Velho, RO – Matéria veiculada pela Folhapress sob o título “Grupo pela liberação de armas e despacha até de gabinetes no Senado” coloca o congressita Marcos Rogério, do PL, no centro do texto.
A veiculação relata a facilidade com a qual Marcos Pollon, presidente do Proarmas, maior grupo armamentista do Brasil, transita em Brasília.
Além do acesso, Pollon, inclusive, estaria “despachando” diretamente de células da Câmara Alta.
CONFIRA NA ÍNTEGRA
Grupo pró-armas se espalha na política e atua dentro de gabinete de senadores
O senador Jorginho Mello (PL-SC) disse, em um vídeo gravado durante a convenção nacional do Proarmas, que o mandatário da entidade privada usa as dependências institucionais destinadas ao exercício de seu mandato.
“Ele [Pollon] é senador, quando eu não estou no gabinete ele assume. Ele vai lá, ele faz emenda. Ele, de forma muito carinhosa; ele que é um dedicado, apaixonado pelo que faz… Então não precisa dizer muito que somos parceiros, ele que manda em mim. E a pauta dele é a minha pauta”, disse Mello.
A declaração foi dada no final de março, em Brasília, no evento que apresentou os mais de 50 pré-candidatos apoiados pelo movimento armamentista para as eleições de outubro. Houve protesto pró-armas na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF), em setembro de 2020.
Marcos Rogério endossou o colega na mesma ocasião deixando claro que Pollon também tem liberdades em seu Gabinete. Ele é pré-candidato ao governo de Rondônia com o apoio dos armamentistas.
“Eu vou plagiar o Jorginho, que teve de sair. Ele disse que abre o gabinete dele e lá o Pollon toma conta. O do Jorginho e o meu, é um do lado do outro. Eu não sei qual que o Pollon usa mais”, destacou à época.
Jorjinho Mello, oficialmente, através de assessoria, não confirma suas próprias declarações e nega uso indiscriminado de seu Gabinete por parte do armamentista.
“Marcos Pollon é um parceiro do parlamentar, contudo não exerce funções e nem usa as instalações do seu gabinete dentro do Senado. As vezes que esteve reunido com o senador foi para tratar do projeto de lei 3.723/2019 [que beneficia os CACs]”, disse.
O site jurídico Jota.info destaca:
“Lobby não é crime”.
A página anota a respeito:
“A atividade de lobby está protegida pela própria Constituição Federal, no que diz respeito ao artigo 5º, XXIV, A, que dispõe que todos são assegurados do “direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder”. O artigo 1º, parágrafo único, também afirma que “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente””.
E inclui:
“Milton Seligman, professor do Insper e coordenador do curso de relações governamentais e negociação, explica que as atividades políticas e de lobby são “inerentes à existência da humanidade quando organizada no Estado” e que são necessárias para que exista transparência nas políticas públicas”.
E finaliza:
“A hipótese de se considerar o lobby uma questão criminosa é tão negativa quanto considerar a atividade política criminosa. Infelizmente, o discurso populista nos últimos anos empurrou esses dois conjuntos para uma avaliação no campo da criminalidade. É uma pena, porque é impossível evitar que elas aconteçam em uma sociedade grande como a nossa. Então vamos ter que aprender a conviver”, afirma Seligman.