Publicada em 30/06/2022 às 14h18
Ketanji Brown Jackson, a primeira juíza negra da história da Suprema Corte dos Estados Unidos, tomou posse do cargo nesta quinta-feira (30). Ela assume o posto na mais alta corte do país em um momento de decisões polêmicas tomadas por magistrados conservadores, como a cassação do direito constitucional ao aborto e a ampliação da posse de armas no país.
"Com o coração cheio, aceito a solene responsabilidade de apoiar e defender a Constituição dos Estados Unidos e de administrar a justiça sem medo ou favor", declarou, em um comunicado, a nova magistrada.
Indicada pelo presidente do país, Joe Biden, Ketanji Brown Jackson já havia sido aprovada para o cargo pelo Senado em abril, mas só poderia tomar posse com a saída do juiz Stephen Breyer, que deixou o posto também nesta quinta-feira.
A indicação de uma mulher negra para a Suprema Corte era uma promessa de campanha de Biden.
Jackson, de 51 anos, será uma das poucas magistradas da Suprema Corte com ampla experiência no sistema penal norte-americana. Antes de tomar posse no novo cargo, ela foi juíza da 2ª instância nos Estados Unidos e defensora pública, representando réus pobres. Filha de professores, a juíza cresceu no estado da Florida e estudou na Universidade Harvard, onde se formou com excelentes notas.
A entrada da nova juíza marca também um recorde no número de mulheres na Suprema Corte dos EUA: agora são quatro magistradas, de um total de nove.
Momento conturbado
Ketanji Brown assume o cargo em um momento conturbado para a Suprema Corte, que vem aprovando decisões polêmicas aprovadas por juízes conservadores.
Só nas duas últimas semanas, os magistrados conservadores - três deles indicados pelo ex-presidente Donald Trump - conseguiram derrubar o direito constitucional ao aborto no país, ampliar o porte de armas de cidadãos em espaços públicos e aumentar a liberdade de funcionários públicos para seguir rituais religiosos nos locais de trabalho.
Nesta quinta-feira, a Corte, a mais alta instância da Justiça norte-americana, emitiu ainda uma sentença que limita os poderes do governo norte-americano para reduzir as emissões de carbono de centrais de energia.