Publicada em 06/06/2022 às 10h56
Apicultores de Vilhena e região, em parceria com SEBRAE, Seagri e IFRO de Colorado do Oeste, há cerca de dois anos vêem trabalhando em um projeto para a obtenção do Selo de Indicação Geográfica do mel produzindo na região.
No ano passado, o gerente da unidade regional do SEBRAE em Vilhena, Charif Mohamed, e a analista Ângela Maria Vieira, falaram ao FOLHA DO SUL ONLINE sobre o projeto para obtenção do Selo de Indicação Geográfica.
Nesta semana, os apicultores receberam a visita do consultor Aguinaldo José, que foi contratado pelo SEBRAE para desenvolver três projetos similares em Rondônia.
“Já estou no mercado de consultoria há mais de 40 anos, e fui contratado desenvolver três projetos em Rondônia com produtores de Tambaqui, de Cacau e de Mel. Estamos aqui desde 2020. já construindo todo o arcabouço de informações para criar o selo de reconhecimento do mel com o nome Portal da Amazônia e pretendemos, ainda este mês, dar entrada no pedido de concessão, de autorização desse selo junto ao INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial)”, afirmou.
Conforme José, o Mel Portal da Amazônia, vai ser uma identidade dos produtores da região, e irá trazer reconhecimento. Esse é o primeiro passo, depois é preciso de um trabalho de marketing, de promoção, com presença em feiras, em concursos, para ter mais evidência e assim chegar ao conhecimento do mercado nacional.
“O mel de Vilhena é um tesouro que precisa ser mostrado ao público. Então, a ideia é mostrar a história do mel da região, evidenciar todas as particularidades, como por exemplo, o de ser um mel produzido em um bioma de transição do serrado para a floresta, isso tem uma característica sensorial específica, só aqui vocês vão ter isso”, afirmou o consultor.
José afirmou também que além de abertura de novos mercados, o Selo vai agregar valor ao mel produzido na região. “A palavra Amazônia, ela é mágica, abre portas. E agregado a isso um produto natural, de uma qualidade impar, e com o apelo da proteção ambiental, porque a abelha é de certa forma uma protetora da natureza com a sua contribuição com a polinização para a sustentação da mata. Então, você trazendo isso com uma linguagem inteligente e estratégica, só tem a agregar valor”.
José defende que o engajamento dos produtores e o fortalecimento da associação com a realização de reuniões para definir ações é fundamental para que o projeto tenha sucesso.
“Este ano ainda vamos instituir uma agenda de trabalho e definir quais feiras vamos participar, quais concursos vamos participar, como será a forma de controle para garantir a qualidade do mel, e isso já estamos começando a fazer usando a tecnologia, tirando o GPS de onde estão as colméias para garantir a rastreabilidade do produto. Precisamos também fazer o controle de qualidade no laboratório e, além disso , fazer o mapeamento apícola da região, fazer um calendário apícola, estudar os méis que existem aqui, dos vários tipos de floradas”, apontou.
Embora ainda haja muito a si fazer, José ponderou que passos importantes já foram dados, como a criação de uma associação, a definição da marca, a definição do regulamento que estipula critérios para os produtores obterem o selo.