Publicada em 18/06/2022 às 09h22
Porto Velho, RO – Ainda sobre a primeira pesquisa encomendada pela Rede Record de Televisão e realizada através do instituto Real Time Big Data, tirando os números apresentados sobre quem ruma ao Palácio Rio Madeira, há outras nuances passíveis de delineamento.
O Rondônia Dinâmica já havia apresentado editorial em abril falando a respeito da postura de determinados arquétipos da vida pública já no tabuleiro eletivo.
Um desses fatos tem a ver exclusivamente com a deputada federal Mariana Carvalho, que, neste ano, caiu fora do ninho tucano e aderiu de vez à vestimenta bolsonarista, isto tanto em termos de indumentária quanto na essência e morfologia ideológicas.
A mudança de figurino foi sintomática, sacramentando a transmutação por inteiro quando a congressista surgiu em trajes verde e amarelos remetando imediatamente à figura do empresário Luciano Hang, o famigerado Velho [Véio] da Havan.
Há pouco mais de dois meses, este eletrônico anotou:
“Pensando em ocupar uma cadeira no Senado e caindo fora do ninho tucano, Mariana ignora parte de sua trajetória na política ao ingressar no Republicanos a fim de arrastar asa para o eixo mais ao extremo da direita brasileira. E é aquela coisa: uma jogada de risco. O passo está dado. Os reflexos dessa pisada serão sentidos no futuro com os desdobramentos da decisão. Pelo bem ou mal, já incorporou-se à biografia”.
O primeiro reflexo, com o subsequente desdobramento da decisão, está aí: ela surgiu no cotejamento Real Time Big Data em primeiro lugar com 20% das intenções de voto.
Já no Republicanos, mais destra do que nunca, Mariana desbancou nomes como Expedito Júnior (PSD), com 15%, Jaqueline Cassol, do Progressistas, também com 15%, e Daniel Pereira, do Solidariedade, com 5%.
Isto, claro, levando em conta a margam de erro que são de 3 pontos para mais ou menos, possibilitando horizontes em que a ex-tucana, no caso, poderia ter 17% (considerando 3 pontos a menos), e não 20%; e Expedito e Jaqueline, por sua vez, 18% (considerando 3 pontos a mais), e não 15%.
Logo, é delicado falar em vantagem absoluta, porém no fim das contas o que manda é a manchete, a liderança suscitada pela entidade elaboradora e os números jogados ao público pela contratante (reproduzidos pelos demais veículos de comunicação).
E vantagem é vantagem, independentemente de ser ínfima ou larga, especialmente na atmosfera envolta ao mundo eletivo.
E voltando ao Governo de Rondônia, a despeito da vantagem de Rocha sobre os demais – levando em conta exclusivamente a pesquisa já mencionada –, a população também precisa se atentar à taxa de rejeição dos postulantes.
Rocha tem 23% [e é natural que o ocupante do mandato tenha mais que os outros]; Marcos Rogério, do PL, vem com 18%, mesma porcentagem de Léo Moraes, do Podemos; e Vinícius Miguel, do PSB, e Pimenta de Rondônia, do PSOL, estão com 13% e 12%, respectivamente.
Vale dizer que os representantes da esquerda, espectro pretensamente tão “odiado” e “rechaçado” regionalmente falando, estão menos repelidos se comparados aos seus adversários da direita, denotando potencial para crescimento daqui a outubro. Não há fatura fechada.
Lado outro, em 2014, pouco mais perto do pleito, para se ter um parâmetro, Confúcio Moura, do MDB, candidato à reeleição, tinha 28% das intenções de voto, mas era rejeitado por 27% de acordo com o Ibope [A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RO) sob o protocolo Nº RO- 00025/2014 e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob protocolo Nº BR - 00323/2014].
Moura restou reconduzido ao comando do Executivo ainda assim.
Marcos Rocha, portanto, embora não possa dormir no ponto, vez que não há folga para tal, também está longe de passar sufoco.
Vale ficar de olho em novas rodadas, especialmente nacionais.
Por ora, o retrato é esse, totalmente passível de alterações.
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DADOS
A pesquisa Real Time Big Data foi realizada no dia 11 de junho com 1.500 eleitores de Rondônia. A margem de erro é de 3 pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral sob o código RO-00114/2022.