Publicada em 20/06/2022 às 14h27
Há apenas um ano no poder, o primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, anunciou nesta segunda-feira (20) que vai renunciar ao cargo, dissolver o Parlamento e convocar novas eleições no país, a 5ª em apenas três anos.
Bennett foi eleito em 2021 graças a uma aliança de oito partidos israelenses que deu fim a meses de impasse na escolha do primeiro-ministro do país. Seu chanceler, Yair Lapid, assumirá a função interinamente até as eleições para eleger um novo chefe de governo, o que deverá acontecer em outubro, segundo o governo.
O anúncio representa a ruína da aliança que se uniu para eleger Bennett mas da qual o premiê não tem conseguido consenso no Knesset - como é chamado o Parlamento israelense -, o que, na prática, tem impedido seu governo de aprovar medidas.
A dissolução do Knesset deve acontecer "nos próximos dias", segundo anunciou o Executivo israelense.
As novas eleições podem permitir ainda a volta ao poder do ex-primeiro-ministro e atual líder da oposição Benjamin Netanyahu, que comandou o país por 12 anos, até o ano passado. Netanyahu deixou o país sob protestos de radicalismo e denunciado por corrupção, o que ele nega.
Aumento das tensões com palestinos
Palestinos carregam o corpo da jornalista Shireen Abu Akleh, da Al Jazeera, com o colete de imprensa sobre o caixão — Foto: Majdi Mohammed/AP Photo
Além da falta de consenso político, o anúncio ocorre também em meio a uma forte onda de conflitos entre policiais israelenses e manifestantes palestinos que já dura quase seis meses. No fim de maio, as tensões aumentaram após a morte da jornalista veterana da Al Jazeera Shireen Abu Akleh, palestina com nacionalidade norte-americana que cobria conflitos na Csijordânia. Imagens mostraram o momento em que Akleh foi atingida no rosto por tiros que autoridades palestinas acusam ter saído das tropas israelenses. Tel Aviv nega.