Publicada em 22/06/2022 às 09h07
Diretores de importantes sindicatos de jornalistas pediram nesta quarta-feira em Genebra, Suíça, a libertação do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, "em nome da liberdade de imprensa".
Em 17 de junho, o governo britânico anunciou que assinou o decreto de extradição para os Estados Unidos do australiano de 50 anos, detido há três anos na penitenciária de segurança máxima de Belmarsh, perto de Londres.
Assange enfrenta a possibilidade de uma pena de 175 anos de prisão nos Estados Unidos pelo vazamento em 2010 de quase 700.000 documentos militares e diplomáticos americanos secretos, em particular sobre o Iraque e o Afeganistão.
Os signatários do texto - que inclui diretores de sindicatos de jornalistas britânicos, franceses, alemães, espanhóis e australianos - consideram que a decisão do governo britânico é uma "violação flagrante dos direitos humanos" e demonstra um "desprezo total pela liberdade de imprensa".
A extradição de Assange "terá consequências graves para o jornalismo investigativo, pois qualquer uso de documentos confidenciais ou secretos poderia ser perseguido". Isto levaria a não "revelar informações de interesse público de fontes oficiais protegidas".
O fundador do WikiLeaks passou sete anos na embaixada do Equador na capital britânica, onde se refugiou em 2012. Ele também foi alvo de acusações de estupro na Suécia, que foram abandonadas.