Publicada em 11/07/2022 às 08h46
O presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, anunciou nesta segunda-feira (11) que vai renunciar ao cargo, após uma onda de protestos contra o colapso econômico do país.
No sábado (9), milhares de pessoas invadiram o palácio presidencial, culminando uma onda de protestos que já dura semanas e tomou ruas e prédios públicos do país, um dos únicos no sul da Ásia com um alto nível de Índice de Desenvolvimento Econômico (IDH) - em 2015, a ilha de 21 milhões de habitantes ultrapassou o Brasil no ranking.
Segundo membros do governo, o presidente renunciará na quarta-feira (13), junto com todo o seu gabinete.
A renúncia de Rajapaksa vem sendo pedida há semanas por manifestantes que tomaram as ruas do país, ocupando e queimando prédios públicos em protesto contra os altos preços de remédios, alimentos e combustíveis. Durante os protestos, houve mortos e determinação por parte do governo de que policiais atirassem contra os manifestantes.
Por conta da crise, o então primeiro-ministro, Mahinda Rajapaksa, também renunciou e tentou sair do país, mas foi impedido pela Justiça, que investiga se apoiadores de Rajapaksa atacaram manifestantes a mando do ex-premiê.
Após semanas de protestos violentos, parte dos manifestantes seguiram para o palácio. Lá, soldados e policiais não foram capazes de segurar a multidão de manifestantes irritados por conta da pior crise econômica do país em sete décadas.
No sábado, após a invasão, manifestantes ocuparam o palácio e tomaram banho na piscina da residência oficial.
O presidente, de 73 anos, conseguiu escapar por uma saída lateral e foi levado em uma embarcação militar para uma base no nordeste da ilha, informaram fontes oficiais à agência de notícias francesa France Presse.
O primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe anunciou que o presidente expressou a intenção de renunciar.
O chefe de Governo, também de 73 anos, se tornaria automaticamente presidente interino em caso de renúncia de Rajapaksa, mas afirmou que deixará o cargo se não existir consenso para a formação de um governo de unidade.
Milhares de pessoas permaneciam ocupando nesta segunda-feira (11) prédios oficiais invadidos no fim de semana.