Publicada em 14/07/2022 às 15h39
Os Estados Unidos e Israel assinaram, nesta quinta-feira (14), um novo pacto de segurança que fortalece uma frente comum contra o Irã e o presidente Joe Biden prometeu usar "todo" o poder de seu país para impedir que Teerã desenvolva uma arma nuclear.
Biden assinou com o primeiro-ministro israelense, Yair Lapid, uma declaração conjunta de Associação Estratégica com Israel em Jerusalém durante sua primeira visita ao Oriente Médio como presidente.
No documento, Biden promete impedir o Irã de adquirir uma arma nuclear.
Os Estados Unidos enfatizam que "estão dispostos a usar todas as ferramentas de seu poderio nacional para garantir esse objetivo", afirma esta declaração.
Pouco depois do anúncio, o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, alertou Washington e seus aliados do Oriente Médio que não devem tentar desestabilizar a região.
"Declaro aos americanos e seus aliados regionais que a nação iraniana não aceitará nenhuma insegurança ou crise na região", disse o presidente durante um discurso televisionado.
"Qualquer erro nesta região será recebido com uma resposta firme e lamentável", ameaçou.
Por sua vez, ao ser questionado sobre se os Estados Unidos estão preparados para fazer esforços diplomáticos com o Irã, Biden respondeu que seu governo expôs os termos exigidos para que o pacto referente ao programa nuclear de Teerã seja restaurado.
"Não vamos esperar para sempre" até que o Irã responda, frisou.
Israel é um oponente ferrenho a um acordo internacional com o Irã sobre seu programa nuclear, que Biden está tentando reviver, depois que seu antecessor Donald Trump se retirou unilateralmente do pacto de 2015.
Lapid alertou que "palavras" e "diplomacia" não são suficientes para impedir as supostas ambições do Irã de adquirir uma bomba nuclear.
"A diplomacia não vai detê-los. A única coisa que vai detê-los é saber que, se continuarem a desenvolver esse programa nuclear, o mundo livre vai usar a força. A única maneira de detê-los é colocar uma ameaça militar credível na mesa", disse Lapid ao lado de Biden na coletiva de imprensa.
O Irã insiste que seu programa nuclear é para fins civis e seu presidente já havia alertado na quarta-feira que, se a viagem de Biden ao Oriente Médio visa preservar a segurança do Irã, está fadada ao fracasso.
- O petróleo saudita -
Biden chegou a Tel Aviv na quarta-feira para a primeira viagem de sua presidência ao Oriente Médio, que é a décima viagem a Israel, após suas sucessivas visitas desde que foi eleito senador pela primeira vez na década de 1970.
Nesta quinta-feira, ele se reunirá com o presidente israelense Isaac Herzog e um velho conhecido, líder da oposição e ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Uma reunião com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, na Cisjordânia ocupada, está agendada para sexta-feira.
Ele então seguirá para a Arábia Saudita, o inimigo regional do Irã, em um voo direto muito badalado no jato presidencial Air Force One.
A invasão russa da Ucrânia é um dos principais temas da agenda da viagem regional e os preços do petróleo estarão no centro de suas conversas com as autoridades sauditas.
O presidente tentará convencer Riade a produzir mais petróleo para baixar os preços e, assim, conter o maior surto inflacionário dos Estados Unidos em décadas.