Publicada em 08/07/2022 às 15h51
O mega incêndio que já devastou pelo menos 650 hectares de floresta na região de Cévennes, no sul de França, começa a ser controlado. Mas os bombeiros ainda temem que as chamas, que começaram na quinta-feira (7), se alastrem por causa do vento. Nessa sexta-feira (8), as equipes que tentam controlar o fogo descreveram um "contexto de alto risco", e estão sobrecarregadas com outros focos que começam a surgir.
O serviço meteorológico francês, Météo-France, colocou o departamento do Gard (região de turismo no sul da França) "em alerta máximo para incêndios florestais", nesta sexta-feira, devido ao calor, às rajadas de vento e à vegetação enfraquecida por uma seca extrema e precoce.
No norte da região, perto da Ardèche, mais de 800 bombeiros de toda a França permanecem mobilizados para combater um "mega-incêndio", termo usado pelos trabalhadores humanitários.
Mas há outras áreas a risco. Os bombeiros do Gard enfrentaram outros sete incêndios no departamento, somente nesta sexta-feira. Por medida de segurança, até a próxima segunda-feira (11) a população está proibida de entrar em áreas florestais de mais de um hectare. "No momento, é uma combinação de vigilância e tratamento das bordas. Não estamos com o fogo controlado", explicou aos jornalistas no fim da tarde o tenente-coronel Olivier Tudela. "Temos ventos de 40-45 km/h. Aqui embaixo parece calmo, mas nas alturas há locais onde o vento é mais forte. Veremos como ficará a situação esta noite", acrescentou.
Parte da vegetação foi totalmente destruída em alguns pontos, mas as copas das árvores foram preservadas em outros. "De longe vemos as Cévennes marrons... dói", disse Anaïs Donval, moradora de Bessèges ao ver as florestas queimadas. Ela teve de ser retirada do local durante à noite. Ao todo, 40 pessoas foram retiradas, mas nenhuma casa foi destruída. Apesar da intensidade das chamas que devastaram centenas de hectares em poucas horas, apenas uma garagem e uma cabana rural foram queimadas.
Globalmente, todo o sudeste da França enfrenta "um perigo muito forte de incêndios", segundo a direção-geral da defesa civil, que recomenda cautela até o próximo domingo. Os bombeiros lembram que nove em cada dez incêndios são de origem humana, devido à atividade ou descuido (pontas de cigarro, churrascos, fogueiras).
A seca de verão é comum na região atingida pelo fogo, mas com o aquecimento global, a intensidade e a frequência dos episódios de seca devem aumentar ainda mais, de acordo com especialistas em clima da ONU.