Publicada em 18/07/2022 às 09h12
A Justiça inglesa ouve nesta segunda-feira (18) as alegações finais de representantes de Nicolás Maduro e Juan Guaidó, antes de decidir se considera legítima a diretoria do Banco Central da Venezuela (BCV) nomeada por este último, dando-lhe acesso ao ouro depositado em Londres.
A juíza Sara Cockerill, da divisão comercial do Supremo Tribunal de Londres, que ouviu argumentos e testemunhas de ambos os lados desde quarta-feira passada, abriu a última sessão nesta segunda-feira afirmando que fará "todo o possível" para decidir com relativa rapidez.
As autoridades de Caracas, que em 2020 alegaram precisar urgentemente dos fundos para lidar com a pandemia de coronavírus, agora defendem que as conclusões não devem ser precipitadas neste caso.
No entanto, Andrew Fulton, advogado do conselho de administração do BCV indicado por Guaidó, pediu à magistrada que se pronuncie o quanto antes para que os bens "não fiquem no limbo por mais tempo que o necessário".
O governo Maduro e a oposição liderada por Guaidó se enfrentam desde 2019 pelo acesso a 32 toneladas de ouro, avaliadas em cerca de 1,5 bilhão de dólares, guardadas há anos nos cofres do Banco da Inglaterra, que oferece esse serviço a vários países.
Em julho de 2019, Guaidó, autoproclamado "presidente responsável" da Venezuela e reconhecido como tal por cinquenta países --incluindo o Reino Unido--, nomeou um conselho de administração do BCV para esta finalidade.
O conselho ordenou imediatamente ao Banco da Inglaterra que não entregasse o ouro à diretoria oficial do BCV, presidida por Calixto Ortega, afirmando que o governo usaria os fundos para reprimir a população. Guaidó fez as nomeações por meio de decisões legislativas da Assembleia Nacional venezuelana eleita em 2015, a qual presidiu, mas estas foram invalidadas pelo Supremo Tribunal de Justiça venezuelano (TSJ).