Publicada em 23/07/2022 às 09h05
O presidente francês Emmanuel Macron inicia na segunda-feira (24) uma viagem por três países da África Ocidental, na primeira viagem de seu novo mandato ao continente africano, com o qual busca retomar a relação pós-colonial.
O centrista Macron, reeleito em abril por mais cinco anos, vai iniciar sua viagem de 25 a 28 de julho com uma passagem por Camarões, antes de viajar para o Benin e, posteriormente, para Guiné-Bissau.
As questões de abastecimento de alimentos estarão no topo da agenda, pois os países africanos temem a escassez de grãos devido à ofensiva da Rússia na Ucrânia. A segurança também terá destaque, já que a França se prepara para concluir sua retirada militar do Mali este ano e os países da região buscam conter as insurgências islâmicas.
A viagem a três países que raramente aparecem nos itinerários dos líderes mundiais ocorre depois que Macron prometeu manter sua aposta por um novo relacionamento entre a África e a antiga potência colonial.
A França também acompanhou com preocupação o surgimento de outras potências que buscam se estabelecer em uma área que ainda considera parte de sua esfera de influência, como Turquia, Rússia e China.
- "Prioridade política" -
A viagem "vai mostrar o empenho do presidente no processo de renovação das relações" com a África, um continente que é uma "prioridade política", disse um responsável presidencial, que pediu anonimato.
Em Camarões, um país devastado pela violência étnica e uma insurgência separatista anglófona, Macron se encontrará com seu homólogo Paul Biya, de 89 anos, que governa o país há quase quatro décadas.
Na quarta-feira, ele se deslocará para o Benin. O norte deste país vizinho da Nigéria enfrentou um grande número de ataques, enquanto a ameaça jihadista agora se estende do Sahel até os países do Golfo da Guiné.
Esta visita ocorre após a devolução em novembro de 26 tesouros históricos roubados em 1892 pelas forças coloniais francesas em Abomey, capital do antigo reino de Dahomey, localizado no sul do atual Benin.
Esta nação subsaariana é elogiada há muito tempo por sua próspera democracia, mas os críticos afirmam que sofreu erosão nos últimos cinco anos sob o governo do presidente Patrice Talon.
A viagem termina na quinta-feira na Guiné-Bissau, abalada por uma crise política com a chegada do seu presidente, Umaro Sissoco Embalo, à liderança da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).