Publicada em 13/07/2022 às 14h56
O novo governo francês ficou em uma situação difícil nesta quarta-feira (13) após sofrer seu primeiro revés no Parlamento, onde a bancada do presidente Emmanuel Macron não dispõe mais de maioria absoluta e deve enfrentar uma oposição revigorada.
Após uma sessão acalorada na Assembleia Nacional, os deputados aprovaram na noite de terça-feira (12) um projeto de lei na área da saúde, removido de um artigo chave sobre o possível retorno de um certificado anticovid para possibilitar a entrada no país.
O artigo 2 foi rejeitado por 219 votos contra 195, graças aos votos da extrema-direita, direita e a maioria da aliança Nupes, da esquerda.
"Ao se aliar para votar contra as medidas de proteção dos franceses diante da covid, a oposição nos impede de todo o controle do vírus na fronteira", denunciou a primeira-ministra Elisabeth Borne no Twitter.
"É simplesmente a hora da democracia com a qual você tem um grande problema (...)" respondeu o coordenador da esquerda radical Adrien Quatennens, também no Twitter.
"O Parlamento fez o seu trabalho, a oposição o trabalho dela" avaliou o deputado de extrema-direita Sébastien Chenu.
Apesar da rejeição do artigo 2, o projeto de lei de "vigilância e segurança sanitária", examinado em primeira turno na Assembleia, foi aprovado por 221 votos contra 187 e 24 abstenções na votação final.
Agora o projeto segue para o Senado, onde a direita tem maioria.
A adoção de um texto modificado em primeiro turno ilustra a delicada margem de manobra do presidente Emmanuel Macron, reeleito para um segundo mandato de cinco anos no final de abril.
Privado da maioria nas eleições legislativas de junho, o político centrista-liberal terá que estabelecer alianças caso a caso para conseguir aprovar as reformas anunciadas.