Publicada em 06/07/2022 às 14h45
Em uma votação polêmica, o Parlamento Europeu liberou nesta quarta-feira (6) o projeto que dá um "selo verde" de sustentabilidade para o uso do gás natural e a energia nuclear na produção energética no bloco.
Os eurodeputados rejeitaram uma resolução que vetava a chamada taxonomia nesses casos em um documento que recebeu 328 votos a favor, 278 contrários e 33 abstenções. Para ser aprovada, a moção precisava da maioria absoluta, de 353 votos. Agora, o projeto entra em vigor em 1º de janeiro de 2023.
A proposta da Comissão Europeia foi criticada por alguns Estados-membros do bloco, como a Alemanha, e pela maioria das grandes ONGs ambientalistas.
Em resumo, o texto enviado para a análise do Parlamento dizia que para a energia nuclear receber o "selo verde" era preciso adotar as "melhores tecnologias disponíveis" e planos para os depósitos de rejeitos. Para o gás, as regras serão mais rígidas e o reconhecimento será dado só se a planta de produção for construída a até 2030, além da garantia de que o gás deve substituir indústrias de carvão e petróleo.
Agora, plantas e indústrias dos dois combustíveis fósseis poderão obter benefícios fiscais e terão facilidades ao solicitar empréstimos.
A rejeição da moção contra a taxonomia foi defendida pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em discurso no Parlamento nesta quarta. "Se o ato sobre a taxonomia falhar, não haverá um segundo. Fui muito clara sobre isso também no Conselho. [O projeto] serve para a transição energética", acrescentou.
Após a votação, diversas ONGs - como o Greenpeace e o WWF - já anunciaram que vão analisar medidas possíveis contra a UE pela adoção da prática .