Publicada em 25/07/2022 às 08h57
Taiwan iniciou, nesta segunda-feira (25), seus maiores exercícios militares anuais por medo de que Pequim invada a ilha, como é o caso da Rússia na Ucrânia.
As manobras de cinco dias "Han Kuang" ("Glória de Han", em tradução livre) deste ano incorporaram lições do conflito na Europa, copiando "todas as ações possíveis" que a China pode tomar para invadir Taiwan, de acordo com o Ministério da Defesa.
O governo chinês ameaça anexar a ilha democrática vizinha de Taiwan, que considera parte de seu território - inclusive à força, se necessário.
Durante um exercício para impedir o acesso do inimigo à capital do território, Taipei, reservistas armados com metralhadoras atravessaram, nesta segunda, trincheiras de areia escavadas debaixo de uma ponte, antes de passarem para a posição de fogo.
"Os 'bunkers' subterrâneos fornecem cobertura para as tropas e repelem as forças inimigas", disse Su Tzu-yun, especialista militar do Instituto de Pesquisa de Segurança e Defesa Nacional de Taiwan.
"Fazem parte da guerra urbana na Ucrânia", acrescentou.
Mísseis Stinger, eficazes contra helicópteros e aviões que voam a baixa altitude, também foram instalados em alguns arranha-céus na região, completou.
Esses foguetes portáteis foram de grande ajuda para as forças ucranianas contra o Exército russo.
Além disso, as ruas de várias cidades do norte do país foram liberadas por meia hora como parte de um exercício que simulava um ataque aéreo. Pedestres e carros foram impedidos de se deslocar depois que sirenes e alertas de mensagens de texto sinalizaram ataques com mísseis simulados.
As relações de Taiwan com a China têm sido frias desde que a presidente Tsai Ing-wen chegou ao poder em 2016. Para ela, a ilha é uma nação soberana que não faz parte da China.