Publicada em 12/08/2022 às 14h57
O governo alemão anunciou, esta sexta-feira (12.08), que a sua participação na missão de manutenção da paz das Nações Unidas no Mali (MINUSMA) será suspensa até novo aviso, depois de as autoridades malianas terem voltado a negar o acesso de um avião militar alemão ao seu espaço aéreo.
"Mais uma vez, os governantes do Mali não permitiram o acesso da MINUSMA ao seu espaço aéreo. Por essa razão, não é possível proceder à rotação de pessoal planeada - o que tem efeitos no nosso compromisso, dado que a segurança dos nossos soldados é para nós a prioridade", afirmou a ministra alemã da Defesa Christine Lambrecht, na rede social Twitter.
A governante alemã acrescentou ainda que "as ações do Coronel Sadio Camara [ministro da Defesa do Mali] não são coincidentes com as suas palavras. Portanto, devemos tomar medidas e vamos suspender as operações das nossas forças até novo aviso".
Este não é o primeiro episódio de tensão envolvendo o exército alemão. No mês passado, o Bundeswehr anunciou a retirada de 60 soldados de uma base logística no aeroporto da capital Bamako, após as autoridades malianas terem exigido a partida do contingente.
Após a saída das forças francesas do Mali, Berlim aprovou a prorrogação do mandato das suas tropas no país até 31 de maio de 2023 e aumentou também o número de soldados no terreno.
"O número atual de 1.100 soldados foi aumentado em 300" para um limite máximo autorizado de 1.400, em particular para compensar a partida das forças francesas, disse, na altura, o porta-voz do Governo alemão.
No entanto, no início do mês passado, o Governo do Mali ordenou a expulsão do país do porta-voz da MINUSMA.
Desde o último golpe de Estado no país, há cerca de 15 meses, o Mali é governado por uma junta militar, liderada pelo coronel Assimi Goita. Na altura, os militares prometeram a realização de eleições rapidamente. No entanto, o escrutínio está agora previsto realizar-se em março de 2024.