Publicada em 11/08/2022 às 15h21
Uma delegação do governo da Colômbia viajou a Cuba para sondar a disposição do ELN para negociar um acordo de paz, informou, nesta quinta-feira (11), o presidente Gustavo Petro, que manifestou sua intenção de retomar o diálogo com a guerrilha.
O comissário de paz Danilo Rueda lidera a delegação, que falará com os negociadores do Exército de Libertação Nacional (ELN), radicados em Havana desde 2018.
Petro disse aos jornalistas que autorizou Rueda a "fazer contatos" com a cúpula rebelde, com o objetivo de retomar as negociações interrompidas pelo ex-presidente Iván Duque.
"Vamos checar, há muitos rumores, comunicados, manifestações favoráveis a tréguas, a possibilidades de paz, mas agora é preciso ver se isso procede", acrescentou o primeiro chefe de Estado de esquerda da Colômbia.
O chanceler Álvaro Leyva e o senador governista Iván Cepeda também viajaram a Havana, segundo versões coincidentes que circularam na imprensa local.
O ex-presidente e Nobel de Paz, Juan Manuel Santos, manteve negociações de paz com o ELN em Cuba, mas Duque suspendeu o diálogo após um atentado contra uma academia de polícia que deixou 22 mortos, além do agressor.
O novo presidente da Colômbia não determinou se Cuba seria o cenário para a retomada das conversas. O presidente do Chile, Gabriel Boric, disse na segunda-feira que seu país será o fiador dessa negociação.
Embora o acordo de 2016 - que desmobilizou a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) - tenha aliviado um pouco a violência política, a Colômbia vivencia atualmente o crescimento da violência derivada da atuação de grupos armados que lucram com o tráfico de drogas e o garimpo ilegal.
Depois da suspensão das conversas de paz, o ELN aumentou seu contingente, passando de 1.800 para 2.500 combatentes e colaboradores, segundo estimativas oficiais.
Nesta quinta, Petro determinou ao comissário Rueda que também faça sondagens sobre a disposição de organizações criminosas de se comprometerem com "processos de paz [...] e tréguas bilaterais que possam diminuir substancialmente a violência na Colômbia".