Publicada em 20/08/2022 às 10h01
No dia 2 de outubro próximo teremos a festa da democracia, ao menos é o quase espera com a realização em 1º turno das eleições gerais, quando serão eleitos presidente da República, governadores e seus respectivos vices; uma das três vagas de cada Estado e do Distrito Federal ao Senado, além de deputados federais e estaduais. Em nível de Brasil há polarização na disputa da presidência e República com Lula e Bolsonaro, mas a escolha do futuro governador de Rondônia está acirrada e com nomes fortes em condições de assumir o cargo a partir de janeiro de 2023. Para as 24 cadeiras da Assembleia Legislativa (Ale) temos mais de 400 nomes e as oito à Câmara Federal têm cerca de 160 candidatos.
A concorrência para o cargo de governador e vice tem sete nomes que solicitaram registros no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). A maioria é de políticos experientes e que enfrentou as urnas em eleições anteriores como é o caso do ex (prefeito, governador, senador) Ivo Cassol, do PP, que depende de julgamento pelo Superior Tribunal de Justiça (STF), para consolidar a sua candidatura.
O PL tem o senador Marcos Rogério, campeão de votos nas eleições de 2018, quando se elegeu com a maior votação do Estado (324.939 votos). Jovem, mas bom de microfone Rogério concorre contando com apoio de Bolsonaro, após ampla defesa do presidente na CPI da Covid-19, quando ele conseguiu destaque nacional.
O governador Marcos Rocha, bolsonaristas de quatro costados busca um segundo mandato e vem trabalhando forte para isso. Realiza um bom trabalho administrativo, não tem problemas com corrupção e tem apoio de deputados estaduais, vários prefeitos e inúmeros vereadores. Como tem a “máquina” administrativa na mão, espera sucesso nas urnas. Peca por erros estratégicos da sua equipe política. As urnas confirmarão, ou não.
Daniel Pereira, ex-governador e candidato da Frente Democrática (PT, PSB, PV, PCdoB, Solidariedade, PDT) tem o apoio de Lula e da maioria dos partidos de oposição ao governo. Pereira já passou pela Ale-RO e foi eleito em 2014, vice de Confúcio Moura (MDB). Nas eleições de 2018, Confúcio renunciou em abril para concorrer ao Senado, se elegeu e Pereira assumiu e concluiu o mandato. É o candidato da oposição em Rondônia.
O Psol e Rede unidos tem como candidato Pimenta de Rondônia, uma aposta no improvável, mas como em eleições os vencedores são conhecidos, após a contagem dos votos e, nada é impossível em política, está na disputa pela sucessão municipal.
Além do cargo de governador e vice as 24 vagas na Ale-RO e as oito da Câmara Federal também mobilizam a população. A princípio mais de 600 pedidos de registros de candidaturas a governador, senador, deputado (federal e estadual) chegaram ao TRE. Não há dúvidas, que muitos nomes serão recusados e o volume de candidatos reduzido, mas acredita-se, que o número final não será muito inferior ao atual.
Estão sendo analisados pela justiça eleitoral 160 nomes inscritos para deputado federal, média de 20 candidatos para cada vaga. Já para o parlamento estadual são mais de 400 nomes e média de 17 postulantes, cada uma das 24 cadeiras.
A disputa pelo senado deverá ser mais ferrenha que a governador. Os candidatos são todos bons de votos, e provam isso pelo histórico de eleições anteriores. Não temos nenhum nome de político inexperiente para a única das três vagas ao Senado, hoje ocupada pelo senador Acir Gurgacz (PDT), que mesmo estando inelegível está lançando sua candidatura à reeleição, através de liminar. Enquanto isso, Benedito Alves, que seria o candidato da FD, fica em standbay. É um risco.
O ex-senador Expedito Júnior (PSD) um dos políticos mais experientes do Estado, com enorme trânsito no eleitorado do interior está entre os concorrentes à vaga ao Senado. Deixou para confirmar a candidatura somente no final do prazo para inscrições, o que, talvez, não tenha sido a melhor estratégia, pois os adversários aproveitaram para fechar parcerias com lideranças regionais. Mas com Júnior é um ótimo estrategista, a expectativa pelo seu desempenho nas urnas é enorme.
A deputada federal Mariana Carvalho (Republicanos) é a candidata, que mais bem se preparou para concorrer ao Senado. Solicitou afastamento da Câmara Federal assumindo o suplente, Lucas Follador (PSC-RO), fez um ótimo trabalho de campo na pré-campanha e, após o fim do prazo para as convenções, o último dia 15 vem trabalhando ativamente o eleitorado da capital, onde tem domicílio eleitoral e com mais intensidade no interior fechando parcerias com prefeitos, vereadores e lideranças regionais.
Jaqueline Cassol, deputada federal e presidente regional do PP é mais uma candidata ao Senado nas eleições de outubro próximo. É irmã de Ivo, que concorre a governador, mas que depende de decisão do STF, tem trabalhado bem na Câmara Federal e boas parcerias no interior do Estado. A maioria dos seus eleitores vem do interior (Cacoal e Rolim de Moura).
A votação surpreendente de Jaime Bagattoli, empresário de Vilhena e representante do Cone Sul, região polarizada por Vilhena somou mais de 212 mil votos na disputa das duas vagas ao Senado em 2018, quando se elegeram Marcos Rogério e Confúcio Moura, mesmo sem ter nunca participado de eleições. Bagattoli não tem boa penetração eleitoral em Porto Velho, maior colégio eleitoral do Estado (mais de 330 mil votos em 2020) e dependerá muito do seu desempenho na capital.
O pastor Josinelio Muniz é o candidato do MDB, após Cláudia Moura ter desistido da candidatura e a advogada Rosângela Lázaro concorre pelo Agir. São apostas, mas como política é um jogo...