Publicada em 02/08/2022 às 10h49
Relatores da ONU pediram nesta terça-feira (2) a Israel o fim do "assédio" a voluntários e defensores dos direitos humanos em uma área de treinamento militar na Cisjordânia ocupada.
"A arrogância das autoridades israelenses não tem limites. Assediam tanto aos defensores de direitos humanos como àqueles que colaboram e querem ajudar a proteger as pessoas expostas a graves violações de direitos humanos em Masafer Yatta", afirmaram os quatro relatores em nota.
Em maio, o máximo tribunal israelense decidiu a favor do Exército, ao concluir que a área, que abriga 12 povos palestinos no deserto da Judeia, no extremo sul da Cisjordânia, funciona como campo de tiro desde 1980.
Esta decisão abriu caminho para uma possível expulsão dos habitantes e a construção de eventuais residências para colonos.
"Cerca de 1.200 palestinos moradores de Masafer Yatta ficaram sem defesa diante da ameaça de expulsão forçada e um deslocamento arbitrário", insistem os quatro relatores, enviados pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, mas que não falam em seu nome.
Massafer Yatta fica na chamada "zona C", sob controle militar e civil de Israel, segundo os acordos israelenses-palestinos de Oslo em 1993 que dividiram a Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel, em três zonas (A, B e C).
Estes especialistas expressaram sua "consternação" diante das denúncias de defensores de direitos humanos e colaboradores ameaçados pelo exército israelense na Masafer Yatta.
Segundo os relatores da ONU, eles foram detidos durante várias horas em postos de controle, tiveram seus documentos e carros apreendidos e em alguns casos foram acusados de entrar sem autorização em uma zona militar.