![Governo dos Estados Unidos acusa 4 policiais pelo assassinato de Breonna Taylor](/uploads/wk4cv23xricn0tp.jpg)
Publicada em 04/08/2022 às 14h57
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos apresentou, nesta quinta-feira (4), acusações contra quatro policiais pela morte a tiros, em 2020, da afro-americana Breonna Taylor em seu apartamento em Louisville. Taylor se tornou um símbolo do movimento Black Lives Matter.
O titular do Departamento de Justiça, o procurador-geral Merrick Garland, disse que os agentes estão sendo acusados de crimes contra os direitos civis, abuso da força e obstrução da Justiça.
A Justiça estadual havia acusado apenas um dos agentes, e nem mesmo esse acusado respondia pela morte da jovem, mas por ter "colocado em perigo" o seu vizinho, por disparar através de uma parede.
Esse policial, Brett Hankison, foi absolvido em março, o que provocou a ira dos ativistas antirracismo.
O ex-policial Brett Hankison, único envolvido na morte de Breonna Taylor a receber uma acusação criminal, em foto de 23 de setembro — Foto: Shelby County Detention Center/Handout via Reuters
Por outro lado, a Justiça federal, que realizou uma investigação paralela, o acusa de "uso excessivo da força", anunciou Garland em coletiva.
Colegas acusados de mentir
Também acusa três de seus ex-colegas de mentirem sobre a ordem de busca e apreensão que desencadeou a tragédia.
"Os acusados sabiam que o depoimento sob juramento em apoio a esse mandado continha informação falsa e enganosa, e que foi omitida outra [informação] importante", disse Garland.
Eles "sabiam que poderia gerar uma situação perigosa e afirmamos que essas ações ilegais provocaram a morte de Taylor", afirmou.
Os três agentes, que não participaram da batida, "tomaram medidas para encobrir sua conduta ilegal" e mentiram ao FBI, segundo o procurador-geral.
Morte de Breonna Taylor
Em 13 de março de 2020, três policiais de Louisville invadiram a casa de Breonna Taylor, uma cuidadora de 26 anos, no meio da noite como parte de uma investigação de tráfico de drogas contra um ex-namorado dela.
Seu então companheiro, Kenneth Walker, que não era o alvo da batida, acreditou que os agentes eram ladrões e atirou com um arma que possuía legalmente.
A polícia respondeu e Breonna Taylor foi alvejada com cerca de 20 disparos.
Os agentes tinham um mandado chamado "no knock", que os autorizava a derrubar a porta sem aviso prévio. Mesmo assim, eles alegam que anunciaram sua presença, o que Walker nega.
A morte de Breonna Taylor não chamou muito a atenção em um primeiro momento, mas seu caso ganhou repercussão durante as enormes manifestações contra o racismo que sacudiram os Estados Unidos após a morte de George Floyd, um homem negro de 40 anos asfixiado por um policial branco em Minneapolis em maio de 2020.
Os protestos estouraram em Louisville, a maior cidade de Kentucky, em setembro de 2020, quando os procuradores não apresentaram acusações contra os outros policiais envolvidos na tragédia e só mantiveram uma acusação contra Hankison.