Publicada em 05/08/2022 às 11h19
Porto Velho, RO – O senador Marcos Rogério, do PL, nunca escondeu seu temor em enfrentar o popular Ivo Cassol, do Progressistas, nas urnas.
Para exemplificar, chegou a citar “pesquisas” que colocavam Cassol na dianteira à época em que as tratativas ainda se construíam.
O pesadelo de Marcos Rogério, que é também o de tantos outros postulantes ao Palácio Rio Madeira, traz consigo um aspecto de “tudo mudou”.
Mas a realidade é que a despeito do pavor do congressista, amigo do presidente da República Jair Bolsonaro, correligionário do membro da Câmara Alta, Narciso enfrentará situação dissonante às batalhas vencidas no passado.
Que tem sua cota fiel do eleitorado não há dúvidas. Porém, quando for à “guerra”, se for, vez que, sim, a tal liminar pode cair, topará com adversários cheios de animosidade e fatos nas mãos para confrontá-lo.
A condenação criminal pelo Supremo (STF) é uma delas; a imagem cumprindo pena, carimbando papéis no Corpo de Bombeiros, é outra. E há também o estardalhaço feito quando, metido a curandeiro, se colocou no ridículo papel de sugerir solda de faísca como método de combate ao Coronavírus (COVID-19/SARS-CoV-2) reforçando mais a faceta caricata e deixando cada vez mais de lado a imagem de homem público objetivo e centrado de outros tempos.
Para piorar o panorama, Ivo também teve um lampejo de narcisismo, qualidade encartada em suas próprias credenciais, quando resolveu deixar claro que não precisa de Bolsonaro.
“Ele é quem precisa de mim”.
E como Rondônia ainda é, para todos os efeitos, uma unidade federativa “arrastando asa” para o bolsonarismo, a declaração pode ser rememorar para pavimentar o tiro no pé. Até porque embora Cassol tenha declarado não precisar do morador do Alvorada, correu para tietá-lo em sua passagem pelo estado em fevereiro deste ano junto com a irmã, Jaqueline Cassol, também do Progressistas.
Por isso, Marcos Rogério, corajoso de veneta, pode até recear participar da peleja com Ivo Cassol, porém, assim como os demais, caso queira, terá “munição” o suficiente para desidratá-lo na corrida.
Por ora, o ministro Nunes Marques abriu a porteira e propiciou ao ex-governador e ex-senador, além de outros políticos, a possibilidade de pleitear cargos públicos mais uma vez.