Publicada em 25/08/2022 às 09h00
O jornal Les Echos desta quinta-feira (25) traz um cenário sombrio para a humanidade no futuro, conforme um relatório do banco HSBC: o estudo diz que a população mundial pode cair pela metade até o fim do século. A queda para 4 bilhões de habitantes até 2100 se explicaria pela diminuição brutal da fecundidade, principalmente nos países desenvolvidos.
Assim, a Europa perderia 400 milhões de habitantes, mas a China, a Índia e a África continuariam a ver suas populações crescerem, mesmo que pouco. As análises do economista James Pomeroy, do banco britânico, foram publicadas em 22 de agosto e o jornal francês pôde consultar o documento. “A probabilidade de que o tamanho da população mundial vai começar a se reduzir nos próximos 20 anos é bem mais elevada do que prevíamos antes”, diz o estudo.
A ONU antecipa que, em novembro, a Terra terá 8 bilhões de pessoas. Mas o economista afirma que a tendência de que o pico do número de habitantes ocorrerá por volta de 2080, segundo estima as Nações Unidas, “não corresponde à realidade”, observa Les Echos.
“A taxa de fecundidade, em claro recuo, reduz significativamente o número de nascimentos no contexto de uma população já envelhecida”, ressalta o jornal.
Filhos mais tarde
Nos anos 1950, a taxa de fecundidade era de 5 filhos por mulher, mas hoje é de 2,3 e deve passar para 2,1 em 2050 – um índice que possibilitaria apenas a estabilizar a população.
Entretanto, desde 2019, especialistas começam a alertar que essa tendência poderá ser revista para ainda mais declínio, já que as mulheres deixam para ter o primeiro filho cada vez mais tarde e os custos de vida não param de subir nas metrópoles – o que atrapalha os planos das famílias de terem mais filhos.
“Em alguns países da África subsaariana e da Ásia, embora a taxa de fecundidade esteja em queda, ela ainda permite um crescimento da população”, apontou Pomeroy.
As políticas de estímulo à fecundidade, adotadas por alguns países, como os escandinavos, têm se mostrado “ineficazes”, observou o economista, e têm funcionado apenas para barrar a queda ainda maior da população, indica Les Echos.