Publicada em 11/08/2022 às 12h51
O Sintero se reuniu na última quarta-feira (10/08), com organizações e diversos movimentos sociais no encontro denominado Caravana das Margaridas, que é considerado um movimento preparatório para a Marcha das Margaridas de 2023.
A Marcha das Margaridas é uma ação coletiva, que visa construir um projeto para sociedade brasileira sem violência, onde a democracia e a soberania popular das mulheres sejam respeitadas, a partir de relações justas e igualitárias.
Durante a atividade realizada na Sede Administrativa do Sintero, em Porto Velho, a secretária de Mulheres da CONTAG e coordenadora geral da Marcha das Margaridas, Mazé Morais, fez uma breve retrospectiva sobre o movimento, que em 2023 estará na sua 7ª edição. O nome do movimento é uma homenagem à Margarida Maria Alves, liderança assassinada em 1983 por defender os direitos de trabalhadoras e trabalhadores rurais. A 1° Marcha das Margaridas aconteceu em 10 de agosto de 2000, reunindo mais de 20 mil mulheres em Brasília. Desde então, a cada ano, o movimento aumenta, reunindo milhares de mulheres de todas as partes do país e de outras nacionalidades.
Em seguida, a secretaria de Gênero e Etnia do Sintero, Rosa Negra, acompanhada pela presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher (CDDM), Sandreia Costa, fizeram a discussão sobre o Eixo 10 da plataforma política da Marcha das Margaridas, que possui o tema “Por Democracia, com Igualdade e Fortalecimento da Participação Política das Mulheres”.
Na oportunidade, tanto Rosa Negra quanto Sandreia Costa criticaram os altos índices de violência que levam o Estado de Rondônia a ocupar o ranking dos Estados brasileiros mais perigosos para mulheres, com índice de 4,8% de vítimas fatais a cada 100 mil habitantes. Destaca-se que, somente no primeiro semestre de 2022, os casos de feminicídio tiveram aumento de 233,33%, conforme dados são da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Rondônia (Sesdec). Para elas, esse tópico está diretamente ligado à baixa representatividade feminina na política, uma vez que, sem a ocupação dos espaços de poder, as mulheres são impossibilitadas de construir o debate em torno das pautas feministas e de ações educativas para combater a desigualdade de gênero, o machismo e a misoginia.
A atividade também contou com a participação das Diretoras da Executiva e Regionais do Sintero, das delegadas do sindicato, trabalhadoras em educação e de mulheres rondonienses pré-candidatas ao Congresso Nacional e ao parlamento Estadual que assinaram a Carta Política das Margaridas, comprometendo-se a atuarem em favor das mulheres do campo, da floresta, das águas e das cidades, caso sejam eleitas nas suas respectivas candidaturas.
“Tivemos um encontro muito participativo, com debates construtivos e que ajudarão na construção da Marcha das Margaridas de 2023. É importante ressaltar que este movimento possui grande relevância na construção das políticas públicas no país e, através do nosso fortalecimento, garantiremos ainda mais avanços” disse Dioneida Castoldi, presidente interina do Sintero.