Publicada em 22/08/2022 às 15h23
Um navio de pesquisa chinês acusado pela Índia e pelos Estados Unidos de atividades de espionagem partiu do porto chinês de Hambantota, no Sri Lanka, nesta segunda-feira (22), após uma estadia de uma semana.
"Nosso piloto está a bordo e o navio está deixando o porto", disse um funcionário do porto à AFP enquanto rebocadores guiavam o navio para a saída. "Seu próximo destino será o porto de Jiangyin", acrescentou.
O navio, que teria cerca de 400 tripulantes, deixou Jiangyin, na província chinesa de Jiangsu, em 13 de julho. Inicialmente, estava programado para fazer uma escala no porto de Hambantota, mas o governo do Sri Lanka teve que adiar sua chegada devido a acusações indianas.
Após intensas negociações diplomáticas, o Sri Lanka anunciou uma reviravolta e autorizou o navio a atracar em Hambantota, desde que nenhuma pesquisa fosse realizada em águas do Sri Lanka.
De acordo com sites especializados, o Yuan Wang 5 é um navio de pesquisa e estudo, mas a mídia indiana o acusa de ser um navio espião de uso duplo, usado especificamente para lançar mísseis balísticos intercontinentais e monitorar o espaço e satélites.
Quando o navio chegou na semana passada, o embaixador chinês no Sri Lanka, Qi Zhenhong, disse que fazia parte de "negociações normais entre os dois países".
Não houve cerimônia de despedida no porto de Hambantota, administrado desde 2017 por uma estatal chinesa que o alugou por 99 anos por US$ 1,12 bilhão, menos do que os US$ 1,4 bilhão que o Sri Lanka pagou a uma empresa chinesa para construí-lo.
A Índia vê com desconfiança o aumento da presença chinesa no Oceano Índico, bem como suas atividades no Sri Lanka, uma vez que considera ambos como sua zona de influência.