Publicada em 02/08/2022 às 14h26
O primeiro-ministro do Japão, Kishida Fumio, disse durante a reunião de revisão do Tratado sobre a Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) que o Japão está determinado a continuar dando apoio ao tratado juntamente com todas as partes envolvidas.
Na segunda-feira (1º), Kishida tornou-se o primeiro premiê japonês a participar de uma Conferência de Revisão das Partes do TNP. Em um discurso proferido na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, Kishida disse que o tratado "tem servido como pedra fundamental do regime internacional de desarmamento e não proliferação nuclear para a realização da segurança e da paz internacional,”
Kishida pediu aos delegados presentes na reunião que "unissem as forças para alcançar um resultado significativo nesta conferência."
O premiê revelou um plano de ação com cinco pontos que visa concretizar um mundo sem armas nucleares de maneira realista. O primeiro ponto do "Plano de Ação de Hiroshima" enfatiza a importância de se estender o período durante o qual nenhuma arma nuclear é utilizada.
O segundo ponto trata da transparência. O premiê pediu a todos os Estados que possuem armas nucleares que reportem informações sobre a situação da produção de materiais físseis.
O terceiro ponto diz respeito a continuar com os esforços para reduzir os arsenais nucleares no mundo. Kishida disse que o Japão apoia o diálogo entre os Estados Unidos e a Rússia para que os dois países reduzam ainda mais seus estoques. Ele também disse que Tóquio "incentiva os EUA e a China a se engajarem em um diálogo bilateral sobre desarmamento e controle de armas nucleares."
Ele enfatizou a necessidade de revitalizar as discussões sobre o Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (ou CTBT, na sigla em inglês) e afirmou que convocará uma reunião a nível de líderes durante a Assembleia Geral da ONU, em setembro, para "dar um impulso que facilite a entrada em vigor do CTBT."
Kishida disse que o Japão está comprometido em desempenhar um papel para lidar com a questão do desenvolvimento nuclear e de mísseis da Coreia do Norte. Acrescentou que o governo japonês está pronto para contribuir com 10 milhões de dólares para que a ONU crie um "Fundo para Jovens Líderes por um mundo sem armas nucleares". Ele disse que o Japão convidará futuros líderes ao país e lhes fornecerá oportunidades para aprender em primeira mão as realidades do uso de armas nucleares.
Kishida disse que vê a cúpula do G7 de 2023, que será realizada em Hiroshima, como uma chance de "mostrar, a partir de Hiroshima, o firme compromisso do Japão de nunca mais repetir a catástrofe dos bombardeios atômicos."
Segurando uma dobradura de papel típica da cultura japonesa, o origami, Kishida disse que "os grous [uma espécie de ave] de papel passaram a simbolizar as orações de pessoas do mundo todo pela paz e por um mundo sem armas nucleares". Ele disse que "daria passos rumo a um mundo sem armas nucleares juntamente com todas as pessoas ao redor do mundo que compartilham esse mesmo desejo".