Publicada em 31/08/2022 às 14h36
Em uma das principais retaliações a cidadãos russos por conta da guerra na Ucrânia, a União Europeia decidiu nesta quarta-feira (31) restringir o acesso de turistas da Rússia a vistos para entrar em qualquer país do bloco.
A medida, que já era esperada, suspende um acordo de facilitação para vistos entre a União Europeia e a Rússia.
Os países da UE exigem visto a turistas russos - o que não acontece no caso de brasileiros, que não precisam de visto para entrar nos países do bloco europeu - mas, um acordo feito entre Bruxelas e Moscou havia facilitado o processo.
Agora, será muito mais difícil e, principalmente, mais caro para um cidadão russo conseguir cruzar as fronteiras do bloco europeu.
A decisão foi feita pelos ministros de Relações Exteriores dos países da UE, que se reuniram nesta terça-feira na República Tcheca, e anunciada pelo chefe da diplomacia do bloco, Josep Borell.
"Nós concordamos com a suspensão total do acordo de facilitação de vistos União Europeia-Rússia", disse Borell ao final da reunião. "Isso reduzirá significativamente o número de novos vistos emitidos pelos estados membros da UE. Vai ser mais difícil, vai demorar mais."
Proibição total
A possibilidade de proibir totalmente a entrada de russos na União Europeia foi levantada na reunião dos ministros, mas não houve consenso.
De um lado, Finlândia, Polônia, República Tcheca e os países bálticos são favoráveis à proibição total, enquanto que nações como Alemanha, Grécia e Chipre, além da Comissão Europeia (o braço executivo do bloco) preferiam uma restrição parcial, como a aprovada nesta terça-feira.
Alguns países do bloco já haviam, de forma isolada, cancelado vistos para turistas russos, como a República Tcheca e a Polônia. Desde então, no entanto, eles exigiram que Bruxelas promulgasse uma proibição completa e coletiva.
Borrell disse que houve um aumento substancial nas passagens de fronteira da Rússia para os estados vizinhos desde meados de julho.