Publicada em 13/08/2022 às 09h11
Porto Velho, RO – O ex-governador e ex-senador da República Ivo Cassol, do Progressistas, está pendurado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que é quem detém o serrote para cortar a corda conservando-o, por ora, na disputa.
Ao menos, claro, no plano das aparências.
A liminar que o inseriu parcialmente de volta ao jogo fora concedida de maneira monocrática pelo ministro Kássio Nunes Marques.
A decisão, no entanto, foi combatida pelos seus pares, que, juntos, ouvindo a colega Cármen Lúcia em sua questão de ordem, levaram o debate para o Plenário Virtual da Suprema Corte. O assunto deveria chegar ao fim na última sexta-feira (12).
Ela declarou: "Por decisão transitada em julgado, Ivo (Cassol) foi condenado a quatro anos de prisão e multa de R$ 201 mil. A pena foi integralmente cumprida. No entanto, esse processo ainda está ativo por causa dos corréus", disse Cármen Lúcia.
E texto prosseguiu: “Ao final, nove ministros acompanharam a relatora. Apenas os dois ministros escolhidos por Bolsonaro, André Mendonça e Nunes Marques, foram contrários”.
Porém, após a formalização do Plenário Virtual, Alexandre de Moares pediu vistas suspendendo, portanto, o julgamento. E não há previsão para que o Pretório Excelso bata o malhete.
Já em Rondônia, Cassol, que tem, assim como todos os demais candidatos, até o dia 15 de agosto para formalizar a candidatura a fim de oficalizá-la legalmente, vai “enrolando” o Tribunal Regional Eleitoral (TRE/RO).
No decorrer da semana tanto ele quanto seu possível vice, José Genaro, foram admoestados juridicamente para sanar irregularidades observadas em seus respectivos requerimentos de registro de candidatura.
O Rondônia Dinâmica noticiou a deliberação com exclusividade.
Este é, até agora (sábado, 13/08), o Plano de Governo de Ivo Cassol / Reprodução-TSE
Além do mais, na página de Narciso registrada na seção de Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais 2022 no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) (https://divulgacandcontas.tse.jus.br/divulga/#/candidato/2022/2040602022/RO/220001609507), alguns documentos imprescindíveis estão ou “em branco” ou recheados por informações protelatórias.
No último caso, por exemplo, capturas de tela informando “A Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação informa que das 19h do dia 05/08/2022 às 7h do dia 08/08/2022, estará realizando manutenção no portal do TJRO, o que poderá causar instabilidade no acesso aos serviços de TIC”.
O mesmo informe surge nas certidões criminais tanto de primeiro quanto de segundo grau, ambas relacionadas ao Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ/RO).
A manutenção apontada, segundo o próprio comunicado, fora encerrada há mais de cinco dias, tempo suficiente para atualização dos dados.
Certidões criminais de Cassol no TJ/RO, estão, até hoje (13/08), com estas informações / Reprodução-TSE
Tirando isso, o Plano de Governo está literalmente em “branco”.
Enquanto o imbróglio eletivo é desenrolado em Brasília, os adversários do ex-mandatário do Estado sentem o cheiro de inelegibilidade.
Estão todos à espreita, desejando, no íntimo, que o STF serre de vez o cabo que o preserva postulante ao Palácio Rio Madeira.
Alexandre de Moraes deu "fôlego" à candidatura de Cassol / Reprodução-STF
No fundo, o panorama é um sintoma de como as coisas funcionam no Brasil: a Justiça e suas interpretações da lei, cada togado com a sua, e a população que aguarde. O povo que espere para saber em quem de fato poderá votar ou não.
É, no fim das contas, o arquétipo perfeito de desrespeito institucional patrocinado contra a sociedade.