Publicada em 26/08/2022 às 09h20
As grandes manobras militares de Pequim ao redor de Taiwan reforçaram a determinação dos aliados a visitar a ilhar e expressar solidariedade, afirmou o ministro taiwanês das Relações Exteriores, Joseph Wu.
As tensões no Estreito de Taiwan aumentaram consideravelmente em agosto com os exercícios militares, os maiores de Pequim na região até hoje, uma resposta à visita a Taipé da presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, no início do mês.
"Vamos continuar fazendo amigos simplesmente devido às ameaças chinesas contra Taiwan', declarou Wu durante um encontro com a imprensa estrangeira.
Três políticos americanos viajaram a Taiwan depois de Nancy Pelosi, incluindo a senadora pelo estado de Tennessee Marsha Blackburn, que se reuniu nesta sexta-feira com a presidente taiwanesa Tsai Ing-wen.
Taiwan vive sob a constante ameaça de uma invasão da China, que considera a ilha, que tem o próprio governo democrático, como parte de seu território e que um dia deve ser reintegrado, inclusive pela força se necessário.
Pequim considera uma afronta qualquer visita de diplomatas ou governantes ocidentais a Taiwan e responde com agressividade depois de cada viagem.
Joseph Wu declarou que a demonstração de força da China era contraproducente e que acontecerão mais visitas de autoridades estrangeiras a Taiwan.
"Muitos amigos internacionais já nos informaram que estão interessados em visitar Taiwan e seu objetivo é apenas manifestar solidariedade, completou.
Blackburn, republicana e grande apoiadora do ex-presidente Donald Trump, explicou que sua viagem tem o objetivo de "enviar uma mensagem a Pequim: Não nos deixaremos intimidar".
"Os gestos calorosos (...) e as manifestações claras reforçam a determinação de Taiwan em defender-se", afirmou a presidente taiwanesa após seu encontro com a senadora americana.