Publicada em 15/09/2022 às 09h26
Armênia e Azerbaijão respeitavam o cessar-fogo nesta quinta-feira na fronteira, após dois dias de confrontos que deixaram mais de 170 mortos e ameaçam prejudicar um frágil processo de paz mediado pela UE.
Os combates, que explodiram na terça-feira, terminaram na madrugada de quarta-feira para quinta-feira "graças ao envolvimento da comunidade internacional", informou o Conselho de Segurança Nacional armênio.
A Rússia, tradicional mediador no Cáucaso, anunciou um cessar-fogo ainda na terça-feira, mas a trégua foi violada durante dois dias. Os dois países trocaram acusações sobre bombardeios.
Na quarta-feira, a Armênia anunciou que perdeu 105 militares e acusou o Azerbaijão de ter ocupado 10 quilômetros quadrados de seu território.
Baku informou nesta quinta-feira que 71 soldados morreram nos combates. O balanço anterior do governo do Azerbaijão citava 50 vítimas fatais.
Os dois países trocaram acusações durante os confrontos, que forçaram a fuga de centenas de civis armênios que moram na área da fronteira.
Os confrontos são os mais violentos entre os dois países desde a guerra de 2020 pelo controle da região disputada de Nagorno-Karabakh, que terminou com mais de 6.500 mortos e obrigou a Armênia a ceder territórios ao Azerbaijão.
Antes da guerra de 2020, os dois países travaram outra guerra nos anos 1990 por Nagorno Karabakh. O conflito deixou mais de 30.000 mortos.
Nagorno Karabakh é um território de maioria armênia, que se separou do Azerbaijão com o apoio de Yerevan.
Os novos confrontos ameaçam inviabilizar um processo de paz mediado pela UE.
O primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, e o presidente azerbaijano, Ilham Aliev, se reuniram em Bruxelas em 31 de agosto para conversações sobre um possível tratado de paz, apenas duas semanas antes dos confrontos.