Publicada em 12/09/2022 às 11h26
O francês Salah Abdeslam, condenado à prisão perpétua na França pelos atentados de 13 de novembro de 2015, se negou nesta segunda-feira a comparecer em Bruxelas ao julgamento pelos atentados de março de 2016 na capital belga, executados pela mesma célula extremista.
"A maneira como estão nos tratando é injusta", declarou ao presidente do tribunal, antes de abandonar o banco dos réus poucos minutos depois do início da primeira audiência do processo, que vai durar pelo menos oito meses.
Um tribunal da capital belga iniciou nesta segunda-feira (12) o julgamento de nove supostos integrantes da célula responsável pelos atentados de 2016, também apontada como responsável pelos ataques de Paris em 2015.
Os nove enfrentam acusações de terrorismo.
Em 2016, dois integrantes do grupo extremista detonaram cargas explosivas presas aos corpos no principal aeroporto de Bruxelas e um terceiro fez o mesmo em uma estação do metrô da cidade. Os ataques simultâneos deixaram 32 mortos e centenas de feridos.
Um décimo suspeito, supostamente morte em combates na Síria, será julgado à revelia.
Este é o maior julgamento organizado com um júri na Bélgica, com 960 demandantes civis representados. O tribunal foi instalado em uma antiga sede da Otan transformada em um complexo judicial de segurança máxima.
Depois da audiência preliminar de segunda-feira, o tribunal se reunirá novamente em 10 de outubro para selecionar os 12 membros do júri e 24 possíveis substitutos.
As audiências de instrução começarão em 13 de outubro e devem prosseguir até pelo menos junho de 2023.