Publicada em 29/09/2022 às 15h46
Parte da zona naquela região já tinha sido retomada aos russos no início de setembro, graças à contraofensiva ucraniana na região de Kharkiv.
Mas as tropas de Moscovo ainda estavam a resistir do outro lado do rio, decorrendo combates de artilharia, enquanto os civis fugiam, procurando atravessar para o lado ucraniano.
Hoje, bombeiros e voluntários ucranianos atravessaram uma faixa para pedestres intacta, que liga as duas margem do rio Oskil, com um primeiro lote de ajuda humanitária.
"Esta será a primeira distribuição de ajuda humanitária do outro lado", realçou o administrador militar de Kupiansk, Andrii Kanachevitch, enquanto 2.000 pacotes de alimentos fornecidos pelos britânicos eram distribuídos.
Tiros de morteiro soaram intermitentemente, mas na margem leste tanques e veículos blindados ucranianos foram vistos a passar junto a camiões destruídos com a letra "Z", um sinal de reconhecimento das forças russas.
Jornalistas da AFP viram cinco cadáveres em uniformes militares, possivelmente soldados de Moscovo, caídos perto de veículos com marcas russas.
No subúrbio industrial de Kupiansk-Vouzloviï, na margem leste do Oskil, cinco quilómetros mais a sul, os habitantes afirmaram que os russos partiram na terça-feira.
Também hoje, um veículo blindado e um pelotão de soldados ucranianos estavam em frente ao centro cultural do distrito e pelo menos dois tanques estavam a movimentar-se pela área.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 5.996 civis mortos e 8.848 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.