Publicada em 27/09/2022 às 15h18
O poder no Irã se manteve firme diante dos manifestantes que protestam contra a morte de uma jovem detida pela polícia da moralidade, apesar dos apelos da comunidade internacional para pôr fim à repressão que deixou dezenas de mortos em 11 dias.
De acordo com o balanço divulgado nesta terça-feira (27) pela agência de notícias iraniana Fars, "cerca de 60 pessoas morreram" desde o início das manifestações em 16 de setembro.
Citada pela agência oficial Irna, a polícia informou a morte de dez policiais, mas não ficou claro se eles estão entre os 60 mortos.
Na segunda-feira à noite, a ONG Iran Human Rights (IHR), com sede em Oslo, mencionou "pelo menos 76 mortes", incluindo "seis mulheres e quatro crianças".
A ONG disse ter obtido "vídeos e certidões de óbito, confirmando os disparos com munição real contra os manifestantes".
Para os líderes iranianos, os manifestantes são "agitadores".
Nos últimos dias, o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, pediu às forças da ordem que ajam "com firmeza contra aqueles que atentam contra a segurança do país e do povo". Na mesma linha, o ministro da Justiça, Gholamhossein Mohseni Ejei, descartou qualquer "indulgência" contra os instigadores dos "distúrbios".
Os protestos, que acontecem todas as noites desde 16 de setembro, eclodiram após a morte da jovem Mahsa Amini, de 22 anos, detida três dias antes em Teerã por não respeitar o rígido código de vestimenta das mulheres.
Em Sanandaj, capital da província do Curdistão (noroeste), de onde Mahsa Amini era natural, as mulheres subiram no teto dos carros e tiraram os véus, segundo imagens publicadas pela IHR.