Publicada em 19/09/2022 às 14h45
Pela primeira vez, o telescópio espacial internacional James Webb capturou imagens e dados científicos de Marte. As fotos foram feitas no último dia 5 de setembro e divulgadas hoje pela Nasa e a ESA, as agências espaciais dos Estados Unidos e da Europa.
A Nasa explica que as imagens fornecem uma "perspectiva única" do planeta vermelho, mas que diferem bastante de outros impressionantes registros capturados pelo supertelescópio.
Isso acontece porque, como o planeta está relativamente próximo da Terra, ele é um dos objetos mais brilhantes do céu noturno em termos de luz visível (que os humanos conseguem ver) e luz infravermelha (que o Webb também detecta). Por isso, focar os instrumentos do Webb em Marte resulta em alguns desafios para os astrônomos.
"O Webb foi construído para detectar luz fraca de galáxias distantes, mas Marte é extremamente brilhante! Por isso, técnicas especiais foram usadas para evitar que o Webb fosse inundado com luz", afirmou a agência norte-americana.
Ainda segundo a Nasa, as imagens capturadas pelo supertelescópio mostram uma região do hemisfério oriental de Marte.
Na foto da esquerda, é possível ver os anéis da Cratera Huygens, uma estrutura de 450 km de diâmetro, a rocha vulcânica de Syrtis Major, uma das regiões mais escuras de Marte, e o brilho da Bacia de Hellas, uma das maiores crateras de impacto de todo o sistema solar.
Já a imagem da direta mostra um mapa de emissão térmica do planeta, ou seja, a luz que é emitida à medida que Marte perde seu calor (como a atmosfera do planeta vermelho é tão fina, o calor do Sol escapa facilmente de Marte).
A Nasa informou que os astrônomos analisarão as características de Marte através do Webb para coletar informações adicionais sobre a sua superfície e a atmosfera.
No futuro, cientistas usarão essas imagens e dados para explorar as diferenças regionais em todo o planeta e procurar gases na atmosfera, incluindo metano e cloreto de hidrogênio.