Publicada em 20/09/2022 às 16h16
O presidente do Quirguistão disse nesta terça-feira (20) que está pronto para negociar com o Tajiquistão para resolver uma disputa de fronteira, mas prometeu que suas forças não abrirão mão de "um centímetro" de território.
Pelo menos 94 pessoas foram mortas na semana passada em confrontos fronteiriços entre as duas ex-repúblicas soviéticas, indicaram as partes no domingo, na pior escalada de violência entre esses vizinhos da Ásia Central que compartilham uma fronteira de 970 km e que estabeleceram uma trégua.
O presidente do Quirguistão, Sadyr Japarov, afirmou à Assembleia Geral da ONU que cerca de 140 mil civis de seu país precisaram ser evacuados de assentamentos da fronteira e estão recebendo assistência.
"Pelo bem do meu povo, estou disposto a gastar (...) o tempo que for necessário para resolver esse problema de uma vez por todas", disse Japarov. "É claro que, seja qual for a solução, ela deve ser mutuamente benéfica", acrescentou.
Ele observou que há "vontade e disposição de nossa parte" para continuar as negociações sob qualquer formato legal com o Tajiquistão, e que agradecia quaisquer esforços de mediação por parte de organizações internacionais como a ONU e a Organização para Segurança e Cooperação na Europa.
E enfatizou que seu país "não reivindica terras estrangeiras", mas que também "não tem a intenção de ceder um centímetro de seu território a ninguém".
Japarov se encontrou com seu homólogo do Tajiquistão, Emomali Rahmon, em uma cúpula no Uzbequistão na sexta-feira, quando concordaram com um cessar-fogo provisório e ordenaram a redução de suas forças ao longo da fronteira.