Publicada em 29/09/2022 às 08h44
Ernande Segismundo (*)
Caso não haja qualquer alteração drástica no quadro eleitoral, no próximo domingo Lula será eleito Presidente da República em Primeiro Turno, sem choro nem vela, com um percentual que pode variar entre 54% e 56% dos votos válidos. A partir da próxima segunda-feira, a pauta principal do País será a formação do Governo Lula e as condições que serão construídas para a garantia da governabilidade do futuro Governo.
A governabilidade do novo Governo passa pelas bancadas da Câmara Federal e do Senado da República que emergirão do sufrágio universal do próximo domingo.
Em Rondônia, o candidato ao Senado Federal apoiado pela nossa Frente Democrática, capitaneada pelo PT, PCdoB e PV, é o Senador Acir Gurgacz do PDT, cuja candidatura à reeleição foi impugnada pelo Ministério Público Eleitoral e indeferida por unanimidade pelo TRE/RO em razão da inelegibilidade de Acir por oito anos após o cumprimento de uma pena que lhe foi imposta em ação penal pelo STF, proibindo-o ainda de fazer uso da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão e ao fundo eleitoral.
O TRE/RO no que tange à proibição de fazer uso da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão e ao fundo eleitoral violou previsão expressa da lei eleitoral que garante, mesmo ao candidato indeferido ou impugnado, todas as prerrogativas da candidatura até o trânsito em julgado da decisão judicial.
Acir recorreu ao TSE que evidentemente deferiu provimento liminar garantindo a ele acesso ao horário eleitoral gratuito e ao fundo partidário. Referida decisão liminar do TSE foi propalada aos quatro cantos do Estado como se garantisse a candidatura do Acir, o que não corresponde com a verdade.
Em suma, a chance de o TSE reformar o Acórdão do TRE/RO e deferir a candidatura do Acir ao Senado é remotíssima em vista da consolidada jurisprudência daquela Corte sobre a matéria.
Embora seja um bom parceiro da nossa Frente Democrática e da Campanha de Lula Presidente, a rigor Acir não é candidato a nada, como não o foi em 2018 quando tentou ser governador e por igual motivo foi defenestrado daquele pleito, deixando a coligação que o apoiou a ver navios.
Evidente que os partidos e a Frente Democrática têm a obrigação de honrar os compromissos políticos firmados com Acir, o que não impede que os respectivos filiados e a militância busquem alternativas para não “jogar o voto fora”, visto que os votos dados a Acir certamente serão nulos ou desconsiderados em decorrência do indeferimento de sua candidatura.
Assim é que nosso cálculo ao Senado deverá necessariamente ignorar a indeferida candidatura de Acir e examinar outras possibilidades em nome da nossa obrigação patriótica de contribuir com a governabilidade do futuro Governo Lula.
Deste modo, restam quatro candidaturas competitivas em Rondônia ao Senado Federal: Expedito Júnior, Mariana Carvalho, Jaqueline Cassol e Jaime Bagattoli.
Dos quatro, temos três bolsonaristas seja de raiz seja por conveniência, que são Jaime Bagattoli, Jaqueline Cassol e a oportunista Mariana Carvalho. Essa trinca, evidentemente, não pode ser receptáculo dos votos dos eleitores de Lula, visto que a eleição de qualquer deles será entrave certo à nossa governabilidade visto que fará oposição sistemática ao nosso futuro Governo Lula.
Resta, pois a opção de apoiar o conservador Expedito Júnior, pai do deputado federal Expedito Neto que foi o melhor voto ou pode-se dizer também o voto menos ruim da atual Bancada Federal do nosso Estado de Rondônia na Câmara dos Deputados.
Expedido Júnior é um político pragmático, sem conexões expressas com o bolsonarismo de raiz ou de ocasião, possui fortes vínculos com Geraldo Alkmin, Vice de Lula, desde os tempos em que militavam no PSDB. Já foi senador na época do Governo Lula e teve boas relações com nosso governo. Estas são características que tornam Expedido Júnior a melhor opção para o eleitor do Lula em Rondônia, por se constituir num VOTO ÚTIL para o Senado em Rondônia contra Bagattoli, Jaqueline e Mariana.
Como se sabe o voto útil não serve para escolher o melhor, mas para derrotar o pior.
O quadro da disputa pelo Senado em Rondônia a cinco dias da eleição aponta para o afunilamento da batalha apenas entre EXPEDITO JÚNIOR e Mariana Carvalho, visto que os demais concorrentes estão logo atrás, caso da Jaqueline Cassol, ou muito atrás, casos de Bagattoli e Acir.
Nesta perspectiva, há outro fortíssimo motivo para o VOTO ÚTIL em EXPEDIDO JÚNIOR, pois a deputada federal Mariana Carvalho foi o voto mais tóxico da Bancada rondoniense na atual legislatura, além ter apoiado as pautas mais infames, vis, agressivas e criminosas contra o meio ambiente as populações tradicionais e os povos indígenas do País e da Amazônia. Mariana Carvalho votou sim pela PEC do teto dos gastos que levou o Brasil de volta ao mapa da fome. Mariana Carvalho apoiou o voto impresso, avalizando ataques à Justiça Eleitoral. Mariana Carvalho votou pela ampliação da terceirização no mercado de trabalho e pelas Reformas da Previdência e Trabalhista. Mariana Carvalho ‘passou pano’ pra péssima gestão da pandemia. Enfim, foi a Garota Propaganda das mais maléficas monstruosidades perpetradas nos últimos anos contra a sociedade brasileira pelo governo inominável.
Por fim, no caso de EXPEDITO JÚNIOR, seu partido, o PSD celebrou coligações e parcerias com o PT em alguns estados da federação o que permite uma aproximação do mesmo com a base do nosso futuro Governo Lula.
Em vista de todos estes motivos me parece que não há outra opção razoável aos eleitores de Lula – 13 em Rondônia senão rumar firmes para o VOTO ÚTIL em EXPEDITO JUNIOR - 555 para derrotar Mariana Carvalho, Jaqueline Cassol e Jaime Bagattoli para o Senado Federal no próximo domingo, dia 02 de outubro.
(*) Ernande Segismundo – advogado portovelhense e militante do PT.